A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio) sugere que o Governo Fátima faça uma ampla auditoria na folha de pagamentos para reduzir sua despesa com pessoal. Na avaliação de Laumir Barreto, diretor executivo da entidade, esta seria uma sinalização dada pelo governo de que está buscando alternativas para o equilíbrio fiscal que não seja apenas o aumento de impostos.
“O Estado não se comporta mais do tamanho e com o volume de despesas que tem, especialmente na área de pessoal. Eu não lembro quando foi feita a última auditoria na folha de pagamento do Estado. Não sou especialista em finanças públicas, mas a gente escuta comentários de que existem salários que ultrapassam o teto constitucional. E que existem gratificações que não deveriam estar sendo pagas. Isso precisa e pode ser feito”, declarou Barreto nesta sexta-feira (8) em entrevista ao 12 em Ponto, da 98 FM.
A fala do diretor da Fecomércio ocorre na semana em que o Governo Fátima enviou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que pede o aumento da alíquota do ICMS dos atuais 18% para 20%. Entre outros argumentos, o Governo Fátima pede a aprovação do projeto para reverter a tendência de aumento do nível de comprometimento da receita com despesa de pessoal. Atualmente, o Estado gasta 58,26% da sua receita corrente líquida com pessoal – bem acima do máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
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Para Laumir Barreto, “o caminho do aumento da carga tributária pode, em primeira vista, ser tido como mais eficiente e mais rápido em termos de entrada de recursos, mas, de efeitos práticos e concretos em relação ao equilíbrio fiscal, não há, porque o problema não é na receita; o problema está nas despesas”.
Além de sugerir a auditoria da folha, Laumir Barreto também pediu que seja feito um “pacto” pelo equilíbrio fiscal do Estado, envolvendo medidas em todos os Poderes.
“Aumento de carga tributária só gera aumento de preços. E não só isso, mas também o desestímulo à atividade econômica e o desestímulo a investimentos no nosso estado. É um círculo vicioso e só traz problemas. Precisa ser feito um pacto pelo Estado. E quando a gente fala em pacto, fala no envolvimento de todos os Poderes constituídos, da sociedade, da Assembleia Legislativa e o próprio governo. O Estado precisa ser repensado”, enfatizou.