O Brasil recuperou o certificado de país livre do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que havia sido perdido em 2019. O anúncio foi feito nesta terça-feira (12) pelo diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, em evento na sede da entidade, em Brasília, junto à ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“Essa é uma vitória do Brasil, do povo brasileiro. A cada vacinador, a cada pessoa vacinada e àquelas que infelizmente não tiveram a vacina quando precisaram, eu dedico esse dia”, celebrou a ministra durante o evento.
O presidente da Câmara Técnica do Brasil de Verificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita, Renato Kfouri, destaca que a recertificação é resultado de um conjunto de esforços para ampliar a vacinação e impedir a disseminação de novos casos.
Histórico
O certificado havia sido concedido ao Brasil em 2016 e, nos dois anos seguintes, o país permaneceu sem registrar novos casos de sarampo. Em 2018, no entanto, o vírus voltou a circular e provocar surtos.
Segundo dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, na época a cobertura com as duas doses da tríplice viral, imunizante que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, estava pelo quarto ano seguido abaixo de 80% – distante dos 95% preconizados pela pasta.
Em 2019, os casos da doença explodiram, chegando a cerca de 21 mil no ano. Devido aos novos surtos e à circulação da mesma versão do patógeno por mais de um ano, o Brasil perdeu a certificação recebida três anos antes.
Desde 2022, não há mais novos diagnósticos de sarampo que tenham sido contraídos dentro do Brasil – todos os registros foram de indivíduos que vieram do exterior.
Vacinação
Para continuar com os avanços, ele destaca que “a vacinação é o pilar fundamental”. Nesse quesito, o Brasil tem melhorado nos últimos anos, porém desde 2014 não ultrapassa a cobertura de 90% com a proteção completa das duas doses. Neste ano, de acordo com o painel do Ministério da Saúde, 91,2% receberam a primeira aplicação, e 81,3% completaram o esquema vacinal.
O imunizante, que está disponível na rede pública, é aplicado a partir do primeiro ano de vida. No calendário da criança, a primeira dose é orientada aos 12 meses, e a segunda, aos 15. O PNI oferece ainda a proteção de forma gratuita para pessoas mais velhas que não tenham sido vacinadas.
Para aqueles com até 29 anos, o esquema é feito em duas doses no intervalo de ao menos um mês entre elas. A SBIm recomenda que sejam no máximo dois meses de espera. Já para adultos entre 30 e 59 anos que não tenham sido protegidos previamente, a vacinação é feita com apenas uma dose.