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Presidente do PV diz que tomará “medidas cabíveis” contra Eudiane Macedo por infidelidade partidária; deputada pode ser cassada

Deputada estadual Eudiane Macedo (PV) e o presidente do PV no RN, Miklei Leite - Foto: Reprodução
Deputada estadual Eudiane Macedo (PV) e o presidente do PV no RN, Miklei Leite - Foto: Reprodução

O presidente do PV no Rio Grande do Norte, Milklei Leite, afirmou nesta segunda-feira (18) que a deputada estadual Eudiane Macedo será alvo de “medidas cabíveis” por ter incorrido, segundo ele, em infidelidade partidária nas eleições municipais de 2024. As declarações ocorreram em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan Natal.

A infidelidade partidária estaria configurada, segundo Milklei, pelo fato de Eudiane Macedo ter apoiado a candidatura do prefeito eleito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil). O partido dela, no entanto, apoiava a candidatura de Natália Bonavides (PT) – Milklei Leite, inclusive, era o candidato a vice na disputa.

Na prática, o PV poderá acionar a Justiça Eleitoral declarando que sua filiada cometeu infidelidade partidária. A deputada pode ser punida com a perda do mandato na Assembleia Legislativa. Se isso acontecer, a cadeira seria distribuída para Júlia Arruda (PCdoB), 1ª suplente da federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV). Júlia é vereadora de Natal, mas não foi reeleita para a Câmara Municipal nas últimas eleições.

Milklei Leite registrou que Eudiane Macedo foi “acolhida” no PV em 2022, quando ela foi eleita para seu 2º mandato como deputada estadual. Agora, ele disse que o partido esperava “reciprocidade”.

“A gente acolheu a deputada Eudiane na campanha, quando ela foi candidata em 2022. Em outro partido ela teria dificuldade. Foi muito acolhida. Mas depois nós não tivemos o mesmo acolhimento com a deputada. Não tivemos a mesma reciprocidade. Nas eleições, ela tomou partido, ela apoiou nosso candidato adversário e eu, presidente estadual, era candidato a vice junto com Natália. Nos sentimos excluídos por ela. Nas redes sociais ela estava lá pedindo voto (para Paulinho)”, declarou Milklei.

O presidente do PV no RN lembrou, ainda, da polêmica em torno da filiação do marido de Eudiane Macedo, Tárcio de Eudiane, às vésperas da eleição de 2024. Inicialmente, Tárcio teve sua filiação ao PV anunciada, mas sem consentimento do diretório municipal. No fim das contas, ele acabou se filiando ao União Brasil, sigla pela qual foi eleito vereador de Natal.

Milklei registrou que não veria problema em Eudiane apoiar a candidatura do marido, mesmo sendo de outro partido. “Mas apoiar o candidato que a gente estava concorrendo contra ele é uma desmoralização”, destacou.

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Debate sobre punição

Milklei Leite afirmou que o estatuto do partido é claro sobre a caracterização de infidelidade partidária, e que o assunto deverá ser discutido dentro da federação Brasil da Esperança – que o PV forma junto com PT e PCdoB.

“O nosso estatuto fala da infidelidade partidária. Não é o só o PV. É PT, PCdoB e PV. A federação deve se reunir e tomar medidas cabíveis que falam sobre a questão da infidelidade partidária”, destacou Milklei Leite.

Procurada para tratar do assunto, a presidente do PT em Natal, deputada estadual Divaneide Basílio, afirmou que o partido não foi formalmente informado sobre o assunto.

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