[VÍDEO] Advogado diz que Bolsonaro ajudou transição e que planejar golpe antes de 2022 seria “crime impossível”

Advogado Cesar Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: TV Justiça / Reprodução
Advogado Cesar Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: TV Justiça / Reprodução

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (25), a primeira sessão para analisar se deve ser recebida a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 7 acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.

Na ocasião, o advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que “não se achou absolutamente nada” contra o ex-presidente. E pontuou que Bolsonaro “foi o presidente mais investigado do país”. Ao fim de sua fala, pediu a rejeição da denúncia.

O advogado disse que o ex-presidente não participou de trama golpista e ajudou na transição do comando das Forças Armadas no final de seu governo.

“Foi o presidente que determinou a transição, que eles [chefes das Forças] atendessem o ministro da Defesa [José Mucio] que assumiria em janeiro. Não é possível dizer que é compatível com uma tentativa de golpe e com o uso do comando militar quando o presidente da República autoriza a transmissão do poderio militar em dezembro”, disse Vilardi.

Ele falou, também, que a investigação da Polícia Federal não tem consistência. “É importante dizer que enquanto a Polícia Federal fala possivelmente, enquanto a denúncia traz conjecturas com a impressão de um documento no palácio que teve o consentimento dele, o fato concreto é que o acusado de liderar uma organização criminosa para dar golpes foi quem socorreu o ministro da Defesa nomeado por Lula porque o comando militar não o atendia”, disse o advogado de Bolsonaro.

VIlardi repetiu o argumento enviado à Corte de que não há dados objetivos que liguem Bolsonaro a atos criminosos, e as reuniões e discursos feitos por ele não podem ser confundidos com execução de crime.

“Estamos tratando de uma execução que se iniciou em dezembro tratando do crime do governo legitimamente eleito. Qual era o governo legitimamente eleito, era o dele (Bolsonaro)? Então, esse crime é impossível, com todo o respeito, falar-se em execução de crime contra o governo legitimamente eleito, que era o dele”, disse Vilardi.

Cada representante tem 15 minutos para falar, em ordem alfabética dos nomes dos acusados.

Vilardi também afirmou durante a sua fala:

  • que, com Bolsonaro, não foi achado nenhum documento;
  • que entende que crimes contra a democracia são “impossíveis”, já que se iniciaram em dezembro de 2021, quando o governo de então era justamente o de Bolsonaro;
  • que são 45 mil documentos relativos à denúncia: “um quebra-cabeça exposto à defesa”;
  • que o tema deve ser julgado no plenário do STF;
  • que o presidente não tem relação com plano Punhal Verde e Amarelo e Operação Copa 2022;
  • que o material da delação de Mauro Cid deve ser confirmado por provas, mas que aconteceu o inverso. “O delator tem que falar e o Estado tem de trazer as provas”;
  • que não é possível imputar a responsabilidade como líder de organização criminosa sendo que Bolsonaro não participou do 8 de janeiro. Pelo contrário, repudiou.
  • quer a rejeição da denúncia.

Fonte: g1