
Ao proferir seu voto a respeito da admissibilidade ou não da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados por uma suposta tentativa de golpe de estado em 2022, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, voltou a lembrar dos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
“Não foi um passeio no parque. Ninguém, absolutamente ninguém que lá estava, estava passeando. E ninguém estava passeando porque tudo estava bloqueado, e houve necessidade de romper as barreiras policiais.”
Veja o vídeo abaixo:
De acordo com o magistrado, alguns agentes que tentaram impedir a invasão foram atacados pelos manifestantes. “O símbolo desses policiais agredidos foi uma policial militar cujo capacete foi arrebentado com uma barra de ferro”, disse.
Moraes destacou a importância de que os atos do 8 de Janeiro sejam sempre recordados. “É muito importante nós relembrarmos sempre. Porque existe na ciência o que se chama viés de positividade. É comprovado que as pessoas, todos nós, até por uma autoproteção, nossos cérebros têm o viés de lembrar as notícias boas e esquecer as notícias ruins.”
“Esse viés de positividade faz com que nós, aos poucos, relativizemos isso e esqueçamos que não houve um domingo no parque, como eu salientei nas primeiras condenações”, acrescentou.
O ministro acrescentou que as pessoas têm a tendência de “ir esquecendo” das notícias ruins.
“As pessoas de boa-fé que têm esse viés de positividade acabam sendo enganadas pelas pessoas de má-fé, que, com notícias fraudulentas e com milícias digitais, passam a querer criar uma própria narrativa, como disse ontem, de velhinhas com a Bíblia na mão, de pessoas que estavam passeando, de pessoas que estavam passeando e foram lá passar um batonzinho na estátua”, finalizou.