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Bolsonaro, AI-5, o povo e o congresso

O dia 19 de abril de 2020 foi marcado por atos populares em diversas capitais do Brasil reunindo milhares de pessoas contra o “estabilishment” brasileiro, representado pelo congresso, STF e o presidente da câmara, Rodrigo Maia.

No meio de toda miscelânia de demandas, um pedido expressado em faixas deixou todos em alerta, a volta do AI-5. A medida mais desumana de todo o governo militar brasileiro, que o rendeu o título de ditadura. Por ignorância, ou anseio em cessar as atitudes desagradáveis de parlamentares e do judiciário, algumas pessoas, inconsequentemente, acharam que um ato ditatorial poderia resolver a certa ditadura que já vivemos.

A democracia depende de vários pilares para funcionar, estes pilares, regidos pela liberdade, se apoiam basicamente num sistema de pesos e contrapesos. No caso do Brasil, é estabelecido por 3 poderes: Congresso, Presidente e STF. O povo deixou de sentir o equilíbrio desses três poderes há algum tempo, e vem  cobrando deles posicionamentos coerentes. Com a crise ocasionada pelo novo coronavírus isto ficou vitalmente mais urgente.

Há uma reflexão sobre o AI-5 que devemos provocar, já que ele foi mencionado e usado como escada para tantos oportunistas produzirem narrativas das mais diversas e notícias falsas sobre a participação do presidente da república no ato de domingo.
Estamos vivendo sob uma espécie de AI-5 Brasil, atualmente?

Governadores aplicando medidas de restrição de liberdade exageradas, com a população praticamente proibida de ir e vir, inclusive com prisões de inocentes. Câmara dos deputados apresentando projetos que atacam a propriedade privada e aprovando medidas que diminuem poderes do executivo. A liberdade de expressão das pessoas sendo atacada por não concordarem com o que a Organização Mundial de Saúde acha correto ou prudente. Temos um AI-5 velado?

Forçar a narrativa de que as pessoas querem a volta da ditadura, e que o presidente foi conivente ou até convocou as pessoas a isso, demonstra, na verdade, um desejo de que se aplique um AI-5, decretado pelos críticos e inimigos pessoais de Bolsonaro, ao próprio presidente e a quem o apoia.

A verdade é que a insatisfação com o velho sistema político brasileiro, orquestrado há décadas por caciques fisiologistas e suas crias, está provocando uma revolta cada vez maior no brasileiro que, de tanto  verem tripudiadas e ignoradas suas demandas por soluções, apelam para a única referência histórica que os foi dada para freiar as maldades do congresso e do STF, uma medida ditatorial que fechou ambos, num controverso período da administração pública brasileira: o Ato Institucional No 5.

 

Cristiano Medeiros
@FalaCristiano

 

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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