Em entrevista a uma rádio na quarta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a impressão de moeda para que as pessoas possam ficar em casa durante a pandemia. Para o petista, a medida não traria risco à inflação pela falta de demanda na economia.
A ideia de “imprimir dinheiro” na situação de crise atual foi defendida primeiro pelo ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles em entrevista ao canal de notícias BBC News Brasil.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se manifestou contrário à emissão de moeda para financiar os gastos do governo no combate à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“Não sou favorável. O argumento de que eu vou imprimir dinheiro porque a inflação está relativamente baixa é um argumento perigoso, porque se nós temos um sistema de metas de inflação e ele tem assimetrias, se você imaginar que quando está em baixa você vai imprimir dinheiro para chegar na meta, você vai fazer com que em termos de valores esperados seu equilíbrio de juro neutro seja um pouco mais alto”, justificou Campos Neto. Juro neutro é o suficiente para manter a economia em crescimento sem pressões inflacionárias.
“Eu acho que a saída não é por aí. É uma ideia, sempre a gente discute todas as ideias, mas hoje, e obviamente tudo pode ser modificado dependendo do que aconteça, mas hoje nós não entendemos que é a melhor saída não”, afirmou.
Fonte: Terra
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil