antes-visualizacao-noticia

PF exibe hoje vídeo de reunião em que Bolsonaro teria ameaçado Moro

A Polícia Federal deverá exibir hoje, às 8h, de forma reservada, o vídeo da reunião ministerial na qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria ameaçado demitir o então ministro da Justiça Sergio Moro caso não fossem feitas trocas em postos de comando da PF. Além da equipe responsável pelo inquérito, deverão comparecer à exibição no Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília.

O ex-ministro Sergio Moro, acompanhado de seus advogados

Os três procuradores da República indicados por Augusto Aras para acompanhar as investigações: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita

O advogado-geral da União, José Levi

O juiz auxiliar Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, do gabinete do ministro Celso de Mello

As acusações contra Bolsonaro foram feitas por Moro em entrevista coletiva para anunciar sua saída do governo e repetidas em depoimento à PF (Polícia Federal) no inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Em seu depoimento, Moro disse que Bolsonaro pressionou pela troca do comando da PF no Rio de Janeiro e do diretor-geral da instituição durante reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto no último dia 22. O ministro do STF, Celso de Mello, relator do inquérito, determinou que o governo entregasse o vídeo com a gravação. O registro é mantido em sigilo por Celso de Mello, que autorizou que apenas a PGR (Procuradoria-Geral da República), a AGU (Advocacia-Geral da União), a equipe da PF responsável pelo inquérito e Moro possam ter acesso ao vídeo, entregue pelo Planalto ao STF na última sexta-feira (8), em um HD externo, e encaminhada ontem à PF.

Está previsto que o conteúdo da gravação seja exibido nas dependências do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em ato coordenado pela delegada federal Christiane Corrêa Machado, responsável na PF pela condução do inquérito. Na mesma decisão em que autorizou a análise do vídeo da reunião, o ministro Celso de Mello afirmou que pretende decidir “brevissimamente” sobre se manterá em sigilo ou dará publicidade à gravação, seja em sua íntegra ou apenas a trechos do registro da reunião.

O conhecimento sobre o teor da reunião será importante para:

Definir se o vídeo, ou quais trechos da gravação, deve permanecer em sigilo e quais trechos poderão ser utilizados na investigação

Orientar os investigadores nos depoimentos de testemunhas ouvidas na investigação.

Em manifestação no inquérito, Aras afirmou que precisaria primeiro conhecer o teor da gravação para só então opinar sobre sua manutenção em sigilo. A AGU, que representa o presidente Bolsonaro no inquérito, afirmou ao STF que a reunião do dia 22 tratou de temas “potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de Relações Exteriores” e, por isso, chegou a pedir que fosse enviado ao Supremo apenas trecho da gravação, o que não foi atendido. A gravação foi encaminhada na íntegra, segundo o Planalto.

Além das acusações de Moro contra o presidente, a divulgação do que foi dito na reunião tem potencial para causar constrangimento ao governo Bolsonaro.

Fonte: UOL

fim-visualizacao-noticia