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‘Ela deixou meu filho ir para a morte’, diz mãe de menino que morreu aos cuidados da patroa

“A primeira e única vez que confiei meu filho a ela, ela deixou meu filho ir para a morte”, afirmou Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, sobre a patroa Sari Gaspar Côrte Real. Mirtes falou em entrevista ao programa “Encontro com Fátima, da TV Globo, nesta sexta-feira (5).

A criança morreu ao cair do 9º andar de um edifício de luxo no Recife, após a mãe descer para passear com o cachorro da família e deixar o menino aos cuidados da patroa, Sari.

“Era uma criança inocente. Não tinha noção de perigo, ele queria a mim, só queria a mãe dele. Ela não teve um pingo de paciência. […] Sari, eu amo teus filhos como se fossem meus. No único minuto que eu confiei meu filho a você, você deixou meu filho naquela situação”.

Mirtes trabalhava como empregada doméstica na casa de Sari e do marido, Sérgio Hacker (PSB), que é prefeito de Tamandaré — ela afirma que pediu demissão após o ocorrido.

O nome de Mirtes aparece no Portal da Transparência de Tamandaré como funcionária comissionada da prefeitura desde 2017 — o caso está sendo investigado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e por um inquérito do Ministério Público de Pernambuco, aberto nesta sexta (5).

G1 ligou para os telefones que seriam de Sari e de Sérgio, mas nenhum dos números atendeu às ligações. Posteriormente, a prefeitura de Tamandaré emitiu nota afirmando que Sérgio está “profundamente abalado”.

Miguel tinha sido deixado pela mãe no apartamento sob os cuidados da patroa, que tinha dito para a doméstica descer do edifício para passear com o cachorro. No apartamento, estava também a manicure da patroa. A primeira-dama de Tamandaré foi presa em flagrante por homicídio culposo, mas pagou R$ 20 mil de fiança e foi liberada.

“O caso do meu filho não vai ser esquecido. A Justiça vai ter que ser feita”, disse Mirtes em entrevista ao “Encontro”.

A Polícia Civil não confirmou a identidade dos patrões de Mirtes, afirmando que está impedida pela Lei de Abuso de Autoridade. O nome foi revelado pela mãe do menino, que desabafou que, se fosse ela a deixar uma criança sozinha no elevador e fosse responsabilizada, o nome seria divulgado.

Durante a entrevista ao “Encontro”, a mãe de Miguel relatou que os patrões compareceram ao velório. Mirtes não tinha visto as imagens da câmera de segurança do elevador, que mostram Sari deixando o menino sozinho. “Ela estava no velório, abracei os dois. Não estava sabendo o que aconteceu”, disse Mirtes.

“Eu não sabia da filmagem, eu não vi. Tanto que estranhei a reação da minha irmã no velório, tanto que eu disse que quero paz”, completou Mirtes.

Depois do velório, Mirtes viu as imagens e contou que ligou para a ex-patroa, questionando sobre o ocorrido.

“Por quê? Ela disse, ‘não, eu não apertei o botão do elevador, vou provar a você’. Só ficou dizendo que ia provar a mim que não apertou. Ela pode provar o que for, que apertou, que não apertou, mas ela deixou meu filho dentro do elevador. Ela deixou meu filho em risco. […] De qualquer forma, ela deixou meu filho em perigo”, contou Mirtes.

Fonte: G1

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