O pesquisador e coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância da Fiocruz Brasília, Cláudio Maierovitch, afirmou hoje que a instituição não recomenda o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina para tratar pacientes com coronavírus. Em entrevista ao canal GloboNews, o sanitarista disse que não há estudos que comprovem a eficácia do medicamento, ao ser questionado sobre o Ministério da Saúde ter enviado um ofício orientando a Fiocruz a divulgar amplamente e recomendar o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento precoce de pacientes da covid-19.
“A Fiocruz orienta profissionais, ela afirma que não há base científica para a cloroquina, pelo contrário, há evidências de que não deve ser utilizada. Mas, se recebe comunicado do Ministério da Saúde, não pode deixar de informar seus profissionais”, declarou Maierovitch. De acordo com ele, a Fiocruz, como instituição pública, tem a obrigação de retransmitir comunicados enviados pelo Ministério da Saúde a seus profissionais. No entanto, isso não interfere nas pesquisas e estudos desenvolvidos pela instituição e também não significa que a Fiocruz corrobora o conteúdo do ofício.
“Nesse caso, não é papel da Fiocruz dizer à sociedade que aquilo deve ser praticado, isso cabe os canais do próprio Ministério da Saúde. Não é conhecimento da Fiocruz ou que tenha respaldo científico da Fiocruz, é um ofício enviado a vários serviços de saúde que a Fiocruz recebe e informa a quem deve ser informado dentro da instituição”, afirmou. Atualmente, a Fiocruz participa de um estudo que avalia medicamentos que eventualmente possam ser utilizados no tratamento da covid-19 e a cloroquina não faz parte desse estudo, disse Maierovitch.
Fonte: UOL