O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou nesta quarta-feira (05/08) que uma nova prorrogação do auxílio emergencial não está descartada. Porém, avisou que, se aprovada, a medida vai exigir a redução do benefício, porque “não tem dinheiro para ficar em R$ 600”.
A prorrogação do auxílio emergencial até dezembro, com um valor inferior aos R$ 600, está em estudo pela equipe econômica, já que a pandemia do novo coronavírus continua afetando a renda da população brasileira. Porém, ainda não havia sido admitida publicamente pelo ministro da Economia.
Guedes falou sobre o assunto em entrevista à TV Record. Ele afirmou que, como já foi estendido uma vez para ter cinco e não só as três parcelas iniciais, o auxílio emergencial ainda tem uma camada de mais dois ou três meses de proteção pela frente. Mas disse que o governo precisa usar esse período para planejar o que acontecerá depois disso. E indicou que uma das opções pode ser a prorrogação do auxílio até o fim do ano, mas com um valor menor que os R$ 600.
“O auxílio emergencial tem uma camada aí de mais dois, três meses de proteção. Esses dois, três meses próximos estão mais ou menos equacionados. Agora, nós temos esse tempo para planejar o daqui até o fim do ano. E esse daqui até o fim do ano é… Prolonga o emergencial? Será que devia ficar em R$ 600? Não tem dinheiro para ficar em R$ 600”, afirmou Guedes.
O presidente Jair Bolsonaro também comentou nesta quarta-feira que “não dá para continuar muito” tempo com os R$ 600. “Começamos a pagar a quarta parcela e tem a quinta, não dá para continuar muito. Por mês, custa R$ 50 bilhões”, alegou Bolsonaro, ao ser questionado sobre o assunto por um apoiador no Palácio do Alvorada.
Por conta dessa dificuldade em equacionar a necessidade da população com o custo do auxílio emergencial, o governo ainda não comentou oficialmente o que está em estudo para depois da quinta parcela dos R$ 600. Nos bastidores, contudo, a informação é de que a equipe econômica avalia estender o auxílio até dezembro, mas com um valor próximo a R$ 200 a partir da sexta parcela. O valor já foi defendido por Guedes, logo na criação do auxílio, por ser parecido ao benefício médio do Bolsa Família.
Apesar da preocupação com o impacto fiscal da medida, a equipe econômica passou a estudar uma nova prorrogação do auxílio porque a pandemia continua afetando a renda dos brasileiros, o benefício tem contribuído para a recuperação econômica e para a popularidade do presidente Bolsonaro e também porque o governo ainda não apresentou os detalhes do Renda Brasil – programa social que, segundo Guedes, deve amparar os brasileiros de baixa renda após o auxílio emergencial.
A redução do valor do auxílio, contudo, precisaria ser aprovada pelo Congresso Nacional, que, na primeira prorrogação, já se mostrou contrário ao corte.