O Rio Grande do Norte dá sinais de que começa a reaquecer a economia. Os principais indicadores fiscais no mês de julho, marcado pela retomada das atividades não essenciais, já estão sendo considerados os melhores dos últimos cinco meses. O recolhimento de tributos no sétimo mês do ano atingiu a marca de R$ 478 milhões. Apesar de representar uma redução de 9% em relação ao volume arrecadado em julho de 2019, quando o RN somou R$ 525 milhões em recolhimento de tributos, este é o maior montante que entrou para os cofres estaduais desde março, quando foram decretadas as medidas de contenção ao avanço do novo coronavírus (Covid-19) no estado.
Em junho deste ano, o total recolhido do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) foi de R$ 442 milhões. Já em maio, esse valor foi de R$ 421 milhões e, em abril, R$ 429 milhões. A receita de julho superou até mesmo a de março, quando foram arrecadados pelo estado R$ 475 milhões em função dos três tributos.
Os números estão na décima edição do Boletim de Atividade Econômica, divulgado nesta terça-feira (11) pela Secretaria Estadual de Tributação (SET-RN). A publicação reúne informações sobre os principais indicadores das operações comerciais realizadas no estado. O informativo, cujo monitoramento era semanal, passou a avaliar o nível das atividades econômicas mensalmente diante da volta ao funcionamento gradual dos principais segmentos da economia potiguar. O material está disponível para download no site da SET-RN (www.set.rn.gov.br).
Segundo dados do boletim, em julho, a arrecadação de ICMS, que é o principal tributo estadual, chegou a R$ 420 milhões, volume 11% inferior aos R$ 470 milhões recolhidos no sétimo mês de 2019. No entanto, quando comparado a junho deste ano, houve um aumento superior a 10% no recolhimento desse imposto.
Participação setorial
O setor que mais impulsionou essa alta na arrecadação de ICMS foi o comércio varejista. A arrecadação desse setor superou a do atacado, que vinha desde o início da pandemia apresentando as maiores altas. O varejo acumulou no mês passado R$ 98 milhões, o maior montante entre os principais segmentos avaliados. Esse resultado traduz uma alta de aproximadamente 36% no comparativo com junho e o volume chega a ser maior até que o que foi arrecadado em julho do ano passado (R$ 93 milhões).
No caso do atacado, o recolhimento subiu de R$ 88 milhões para R$ 96 milhões entre junho e julho deste ano e, nesse intervalo em 2019, o montante foi menor: R$ 75 milhões. Os demais segmentos apresentaram níveis estáveis de arrecadação.
O informativo econômico da SET-RN também sinaliza uma tendência de aquecimento da economia do Rio Grande do Norte, considerando as transações comerciais feitas em julho deste ano. Os valores médios diários chegaram a cerca de R$ 289,4 milhões. O varejo foi o setor que obteve melhores negociações em termos de valores médios diários por operação: cerca de R$ 82 milhões. Já no atacado, esse valor foi de R$ 51 milhões e, no setor de combustíveis, R$ 41,8 milhões. Já na indústria o valor médio diário foi de cerca de R$ 38 milhões.
Quanto à emissão de documentos fiscais, foram emitidas uma média de 873 mil notas fiscais por dia no mês, um volume ainda 11% menor do que o mesmo período de 2019, quando se obteve uma média diária de 984 mil notas fiscais emitidas.