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Artigo: A Petrobras no RN – Um ponto de vista “diferente”?

Todos nós conhecemos, de certa forma, a história da Petrobras no RN, a data que aqui chegou, sua produção ao longo do tempo, e somos muito agradecidos por ter em nosso território essa grande empresa, orgulho de todos os brasileiros.

Temos algumas considerações a fazer: O Petróleo e o Gás do RN acabaram? Todos sabemos que não. A Petrobrás ainda tem uma boa produção, tem a concessão e o direito de perfurar novos poços em alguns campos, no entanto ela esclarece que está se desfazendo desses ativos de produção (EM TODO BRASIL), dentro de uma política de desinvestimento em campos de produção em Terras (ONSHORE) e águas rasas (OFFSHORE) para melhor alocação dos recursos em campos de maior produção, que necessitam de maior aporte de investimentos, e portanto escolheu concentrar seus recursos em campos de águas profundas, como por exemplo, A ÁREA OFFSHORE CHAMADA DE PRÉ-SAL.

A Petrobras continua sendo muito bem aceita e gostaríamos que ficasse em nosso Estado. Nesse contexto, podemos clamar, solicitar, fazer campanha do tipo (FICA PETROBRAS), falar com a classe política, envolver toda sociedade civil organizada, para que a Petrobras permaneça no Estado do Rio Grande do Norte.

Todo esse esforço pode ser válido, mas, acima de tudo, consideramos isso um DESRESPEITO, a classe empresarial que deseja vir para o nosso Estado investir, produzir, gerar riqueza e renda para nossa população e evidentemente obter LUCRO para suas Empresas e gerando riqueza para a SOCIEDADE.

A Petrobras vem sistematicamente diminuindo seus investimentos no RN, se fizermos um “tour” pelas áreas terrestres de produção de Petróleo e Gás, ainda sob a gestão da Petrobras, veremos inúmeras unidades de bombeio (cavalinho-de-pau), parados, abandonados, sem manutenção, e pior, sem um plano de revitalização desses poços, campos, estações coletoras, a pergunta é: “Se esses poços, esses campos, essas estações coletoras passarem a ter um DONO diferente da Petrobrás, eles irão continuar parados, abandonados, sem produzir ?” . . . baseado no aumento de produção que está havendo em campos recentemente adquiridos por empresas desse setor, aqui mesmo no RN, a resposta é NÃO!

A história da Petrobras no RN é digna de muito louvor, de muito agradecimento, ela produziu riquezas, pagou impostos, royalties, gerou emprego e renda, formou e especializou jovens, técnicos, engenheiros, administradores, contabilistas, economistas, advogados e trabalhadores (operários), liderou uma revolução na UFRN, com aportes financeiros para construção de laboratórios, convênios, que geraram bolsas de estudos para formação de Mestre e Doutores, entre outros feitos, como por exemplo, incentivos à cultura, formação de jovens aprendizes, programas voltados as crianças de baixa renda (Programa Criança Petrobras), entre outra inúmeras ações positivas, que certamente contribuíram para a melhoria da nossa economia e da qualidade de vida dos Norte-riograndenses. Por tudo isso somos altamente agradecidos a Petrobras.
Mas, (in)felizmente, chegou a hora da Petrobras buscar novos rumos e esses não são no nosso Estado.

Portanto, é hora de olharmos para frente, continuar recebendo de braços abertos, os novos INVESTIDORES pois o RN está sendo, sem dúvida, um dos primeiros Estados a vislumbrar uma nova era de crescimento econômico, com a presença de diversas empresas buscando seus espaços e buscando revitalizar a indústria de Petróleo ONSHORE e OFFSHORES (nas águas rasas) que dado as potencialidades na área de petróleo e Gás da nossa região, não temos dúvidas que em um horizonte plausível (10 anos, talvez) voltaremos, no mínimo, a produzir novamente 118 mil barris de petróleo por dia e 6,5 Milhões de Metros cúbicos de gás por dia.

Sem esquecer da Refinaria Potiguar Clara Camarão, com capacidade de processar esse Petróleo e Gás que venhamos a produzir nesse horizonte de tempo, com toda logística montada para receber Petróleo e derivados, refinar Petróleo e processar gás, produzir e vender combustíveis como QAV – Querosene de Aviação, Diesel, nafta (gasolina), óleo combustível pesado para navios, solventes, etc.

Podemos direcionar nossas energias para iniciar uma nova fase nesse seguimento, atualizar os procedimentos para licenças ambientais, diminuir a nossa burocracia, criar um ambiente amigável para a atração de novos investidores.

Podemos agregar valor a essa cadeia produtiva, quem sabe, iniciar a construção de um Pólo Petroquímico, um Pólo Cloroquímico, atrair investidores para produzir PVC, PET, barrilha, vidros, temos matéria prima abundante para isso, criar novos negócios, prestação de serviços, atrair investimentos para criar um Pólo de conhecimentos tecnológicos, formar uma geração de jovens técnicos, engenheiros, professores, pesquisadores, Mestres, Doutores, cientistas, envolver os Institutos Federais as Universidades e afins.

Podemos também continuar se lastimando, procurando culpados, enfim, chorando o leite derramado. Eu sou do tipo que Prefere acreditar na capacidade do nosso povo!

Adriano Diógenes
Prefeito de Guamaré

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