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Triplica o número de abandono de animais na pandemia

Foto: Aspan

O abandono de animais é uma triste realidade que a pandemia ajudou a agravar, segundo o Instituto Pet Brasil o país tem atualmente 78 milhões de cães e gatos nas ruas. Ainda de acordo com o instituto, a pandemia provocou um aumento de 20% no número de animais largados. A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, o desemprego, a mudança de casa devido a pandemia, o aumento na quantidade de divórcios e até o medo de contrair a Covid-19 através dos bichos são algumas das respostas dadas para justificar o abandono de acordo com ONGs da causa animal.

Com a pandemia as ONGs e abrigos de animais do Rio Grande do Norte viram suas doações que já eram poucas diminuírem ainda mais, em contrapartida o número de pedidos de resgate subiu.

As redes sociais se tornaram a principal ferramenta para angariar recursos e insumos, a maioria dos abrigos utiliza esses canais. Além de postar as imagens dos animais, os protetores também mostram a recuperação dos pets que são resgatados com algum problema de saúde e prestam contas de como está sendo usado os valores arrecadados.

Não são apenas cães e gatos sem raça definida (srd) que sofrem com o abandono, os abrigos já chegaram a receber cachorros de raça como labrador, pitbull, poodle e border collie. As justificativas para o abandono são várias: doenças, comportamento indesejado e até a velhice. Porém durante a pandemia, com a alta no número de pessoas que perderam a renda, o principal motivo foi a falta de condições financeiras de sustentar o animal.

A pandemia trouxe por outro lado o aumento no número de adoções, segundo o Instituto Pet Brasil até agosto o país registrou uma alta de 50%. Já um levantamento encomendado pela marca Royal Canin mostra que só em relação a gatos houve um aumento de 30%. O confinamento, a solidão, o isolamento da família fizeram com que alguns procurassem a companhia de um pet.

Essa mudança foi sentida pelo Instituto Senhores Patas, em média 20 animais foram adotados por mês durante esse período, essa alta foi registrada principalmente no início da pandemia, no entanto já é possível ver uma queda nas adoções.

Lei Sansão

No dia 29 de setembro o presidente Jair Bolsonaro sancionou durante a lei que aumenta a pena por maus-tratos a cães e gatos. O texto altera a Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 2018), que prevê pena de três meses a um ano de detenção e multa para crimes contra todos os animais. Lei e é originária do Projeto de Lei (PL) 1.095/2019, do deputado Fred Costa (Patriota-MG). O novo dispositivo prevê prisão de dois a cinco anos de detenção, multa e proibição de guarda para quem maltratar, ferir, abusar ou mutilar cães e gatos, especificamente.

A legislação foi apelidada de lei Sansão, em homenagem ao cachorro da raça pitbull Sansão, de 2 anos, que teve as duas patas traseiras decepadas em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

No Rio Grande do Norte a lei ainda não foi aplicada, a Delegacia Especializada em Proteção ao Meio Ambiente (Deprema), não autuou nenhum flagrante que se enquadre no novo texto, segundo a Secretária Executiva e de Comunicação Social da Polícia Civil do RN, a delegada Dulcinéia Costa.

De acordo com o chefe de investigações da Deprema, Mário Pérsico, a falta de provas e testemunhas são uma das maiores dificuldades que a delegacia encontra quando recebe uma denúncia de maus-tratos. O chefe de investigações relatou que muitas vezes quando os agentes chegam ao local da denúncia o animal não aparenta fisicamente estar sofrendo maus-tratos.

Conheça um pouco das instituições

Associação de Proteção aos Animais- ASPAN

A ONG existe há dois anos e já teve 350 animais adotados e começou com um resgate de animais de um abrigo clandestino que os usava apenas com a intenção de conseguir dinheiro. Marília Morais, uma das responsáveis pelo abrigo, informou que a ASPAN não realiza os resgates, apenas recebe os animais através da Deprema, porém em casos graves de risco de morte iminente eles acabam acolhendo o animal. O abrigo tem funcionários, sendo 1 administrator e 2 tratadores, e enfrenta dificuldades de encontrar voluntários.

Contato: https://www.aspanrn.org/, Instagram: @aspan_rn e Facebook: aspanrn

Abrigo Animal Esperança

A instituição existe há 4 anos e há 1 ano passaram a ter um abrigo, depois que Helena Priscila se juntou a causa, até então eles apenas ajudavam os animais, agora realizam os resgates. No momento estão com 9 cachorros e 6 gatos, recebem o auxílio de um veterinário voluntário. Eles recebem pedidos de resgates através das redes sociais e os acolhem de acordo com o espaço disponível. Durante a pandemia 3 gatos e 3 cachorros do abrigo foram adotados

Contato: Instagram: @animalesperanca

ONG Instituto Senhores Patas

A ONG existe há cerca de 6 anos, atualmente está com 80 cães, 4 burros (uma fêmea grávida) e 2 gansos. Liebermann Farias é um dos responsáveis pelas adoções. É a própria ONG que realiza os resgates dos cães, geralmente animais abandonados na rua. O Instituto mudou recentemente para uma granja, o que permitiu o acolhimento de animais de grande porte. O abrigo se mantém através de doações feitas a partir das redes sociais. Os gastos são muitos, para se ter uma ideia por dia os animais consomem cerca de 25 quilos de ração.

Contato: Instagram: @institutosenhorespatas

ONG Patamada

A Patamada existe há 17 anos, é uma das mais antigas ONGs com abrigo no estado, possui acolhimento rotativo e se mantém com no máximo 200 animais, mas já chegou a ter mais de 900 entre cães, gatos e equinos. Mais de 3.500 animais da ONG já foram adotados. Atualmente só acolhe cães e gatos, os animais são retirados das ruas, a própria ONG realiza o resgate. O atual presidente Henrique Knopik Angelim é filho da fundadora da Patamada, Elenice do Rocio Knopik Angelim que faleceu há 3 anos. Junto a Henrique, Drica Lima cuida da manutenção fixa do abrigo, existem também 6 voluntários que vão uma vez por semana auxiliar na ONG. A Patamada arrecada doações através das redes sociais.

Contato: Instagram @patamadaong

Fonte: Agora RN

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