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Fechamento das agências do Banco do Brasil gera mais uma crise no governo Bolsonaro

Com o anúncio do fechamento de mais de 200 agências e um programa de demissão voluntária com o objetivo enxugar 5 mil vagas do Banco do Brasil no país, Bolsonaro ameaça demitir o presidente da instituição, André Brandão.

A principal irritação do presidente Bolsonaro é motivada pelo anúncio das medidas antes da definição das presidências da Câmara e Senado — as eleições estão previstas para fevereiro.

Brandão assumiu a presidência do banco em setembro de 2020, levado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo presidente do Banco Central, Campos Neto.

O ministro Paulo Guedes considera o executivo preparado para ocupar o cargo e trabalhava nesta quarta-feira (13) para acalmar Bolsonaro e evitar a demissão. Segundo um auxiliar, Guedes concorda com a essência do plano de ajuste apresentado pelo banco.

O Banco do Brasil informou nesta quarta-feira (14) que não recebeu nenhuma comunicação formal por parte do “acionista controlador”, ou seja, o governo federal, sobre qualquer decisão a respeito da possível demissão do seu presidente, André Brandão. A informação foi divulgada por meio de “fato relevante” à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Veja nota:

Em atendimento ao § 4º do art. 157 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, com a Instrução CVM nº 358, de 03 de janeiro de 2002, e em referência às notícias divulgadas na mídia em 13 de janeiro sobre suposta destituição do Sr. André Brandão do cargo de Presidente, o Banco do Brasil S.A. (“BB”) informa que não recebeu no âmbito de seus órgãos de governança nenhuma comunicação formal por parte do acionista controlador sobre qualquer decisão a respeito do assunto, conforme disposto no Estatuto Social do BB e na Lei no. 4.595/1964.

2. Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado.

Brasília (DF), 14 de janeiro de 2021.

Carlos José da Costa André

Vice-Presidente Gestão Financeira e de Relações com Investidores.

Com o plano de reorganização, a instituição deve fechar 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento em todo o país, além de converter 243 agências em postos de atendimento e oito postos de atendimento em agências, e transformar 145 unidades de negócios em Lojas BB, sem guichês de caixa. A instituição também deve realizar a relocalização compartilhada de 85 unidades de negócios e criação de 28 unidades de negócios, sendo 14 agências especializadas agro e 14 escritórios leve digital. O banco também implantará um Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e um Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), que deve alcançar em torno de 5 mil funcionários.

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