Por Redação
Desde que o vírus da Covid-19 se espalhou pelo mundo no início de 2020, cientistas e médicos passaram a buscar medicamentos que pudessem tratar os pacientes infectados e conter o avanço da doença. A Ivermectina, fármaco descoberto em 1975 e utilizado desde a década de 80 no tratamento de inúmeros tipos de infestações por parasitas, foi um dos medicamentos que esteve no foco dessa discussão durante muito tempo. Mesmo com diversas publicações sobre o tema, a comunidade científica ainda não chegou a um consenso sobre a eficácia, ou não, do tratamento profilático com a medicação. Já parte da comunidade médica, no entanto, recomenda o uso do antiparasitário para o tratamento precoce da Sars-CoV-2. No Rio Grande do Norte, por exemplo, a Associação Médica do RN (AMRN) é um dos grupos que defendem o uso da Ivermectina.
Em entrevista exclusiva a 98 FM Natal, no Repórter 98, nesta quinta-feira (11), a infectologista Roberta Lacerda, integrante da AMRN, explicou que o posicionamento da Associação é baseado em estudos científicos que analisaram o uso da Ivermectina em mais de 10 mil pacientes. “Não foi a Associação Médica do RN quem fez essa afirmação [de que a Ivermectina é eficaz], nós só reverberamos o que diz uma metanálise feita e proposta por pesquisadores que estão acumulando evidências”, explicou Lacerda.
Segundo a infectologista, no caso de outros vírus, é sabido que há medicamentos que atuam reduzindo a replicação viral, como no caso do coquetel anti-HIV, e que no caso da relação Covid-Ivermectina o antiparasitário atua, exatamente, reduzindo essa potencialidade da carga viral.
“Desde a extrapolação in-vitro, nos estudos da Austrália, até os estudos pré-clinicos, já foi verificado que o uso oral da Ivermectina, em humanos, bem como em spray nasal, em camundongos e hamsters, reduziram a carga viral [da Covid-19]. Além disso, em todo mundo, se sabe que a quantidade de elevação de carga viral e de citocinas é diretamente proporcional a quantidade de lesão”, explicou.
“A Ivermectina tem poder de parar a pandemia”, garante a especialista, citando a médica inglesa Tess Lawrie, diretora da Consultoria de Medicina Baseada em Evidências. E concluiu dizendo: “Os números estão lá e existe uma matemática de respeitabilidade em boa parte dos estudos que estão publicados ou em pré-publicação”.
Já em relação a como proceder com o tratamento profilático com Ivermectina, Lacerda recomenda que o paciente procure a orientação do seu médico, pois, de um modo geral, essa pergunta só será esclarecida com os ensaios clínicos randomizados. Contudo, afirmou que estudos no Egito e na Índia, com profissionais de saúde, “mostrou que em usos quinzenais e mensais o medicamento apresentou redução entre 70% e 80% da carga viral”.
Durante a entrevista, Lacerda também criticou a cobertura da imprensa em relação aos estudos envolvendo a Ivermectina, afirmando haver uma completa ausência de interesse por parte da mídia em se aprofundar nos estudos que atestam a eficácia do medicamento no tratamento da Covid-19.
Confira a entrevista completa.