Por Mycleison Costa
No primeiro dia útil de vigência do decreto estadual, paradas de ônibus na Região Metropolitana ficaram lotadas de passageiros que não conseguiram embarcar nos transportes coletivos. O documento publicado no último sábado (27), determina que os ônibus intermunicipais transitem apenas com os passageiros sentados. Segundo o Governo do Rio Grande do Norte, a medida visa conter o contágio por coronavírus dentro das conduções.
A nova regra pegou muita gente de surpresa. Seu Francisco Elias, morador da cidade de Ceará-Mirim, sabia que um novo decreto estadual estava em vigor, mas não imaginava o impacto dele no seu caminho até o trabalho.
“Eu cheguei na parada às 5h50 e já são 7h30, mas até agora nenhum ônibus parou para mim. Já passaram por aqui quatro ônibus e quatro alternativos, e até agora nada”, reclamou.
A frota disponível não conseguiu dar conta da alta demanda de usuários. A rodoviária de Ceará-Mirim registrou aglomeração após passageiros de várias regiões da cidade se deslocarem até o terminal na busca de alternativas para irem até o trabalho.
Jefferson Silva foi outro usuário que sentiu o impacto da nova regra. “Trabalho no Alecrim e não faço ideia da hora que vou chegar por lá. Eu até entendo a medida, mas acredito que deveriam aumentar a frota para poder fazer isso”, pontuou.
Por outro lado, há quem tenha aprovado a nova regra.
“Tem que levar só o pessoal que vai sentado mesmo, pois quanto mais gente aglomerando dentro do ônibus, mais o vírus se espalha como estamos vendo aí”, disse Arlete Galdino da Silva.
De acordo com diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagens do Rio Grande do Norte (DER-RN), Manoel Marques, o órgão está fiscalizando os transportes intermunicipais que chegam à capital para garantir o cumprimento do decreto. No entanto, reconhece que a dificuldade de acesso aos transportes, principalmente nos horários de pico, “já era algo de se esperar”.
Segundo ele, para diminuir o problema algumas medidas como a restrição do acesso de gratuidades e meias-passagem nos horários de pico precisam ser discutidas. “Os idosos precisam ficar em casa, pois são do grupo de risco, e os estudantes estão sem aula. Por isso, essa é uma das alternativas que precisam ser debatidas para diminuir esses transtornos”, disse.
O diretor do DER-RN também recomenda o uso de táxis, carros de aplicativo ou “carona amiga” durante o período de vigência do decreto.
“Neste momento difícil as pessoas precisam se reinventar; o amor, a amizade e a solidariedade tem que prevalecer”, finalizou o diretor do DER-RN.