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Ivermectina e hidroxocloroquina não têm eficácia na prevenção contra a Covid-19, diz Lais

Por Stephany Souza

O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da UFRN, realizou na manhã desta sexta-feira (12), uma entrevista coletiva para falar sobre a importância das medidas restritivas para conter a pandemia. Para os cientistas, a maior prevenção para conter o avanço da Covid-19 é a restrição. Participaram do debate a Dra. Infectologista Mônica Bay, o diretor executivo do Lais, o Dr. Ricardo Valentim e o pesquisador Leonardo Lima.

O discurso durante a coletiva teve um alinhamento mais próximo ao governo do estado, do que ao governo municipal, já que defendem que o momento vivido pelo estado do Rio Grande do Norte pede a implementação de medidas mais restritivas, pois somente abrir novos leitos não será suficiente. Para o doutor Ricardo Valentim, “não existe agora uma medida milagrosa” e “a sociedade precisa atender os decretos que tem medidas mais rigorosas, para que assim o principal objetivo seja alcançado: a diminuição da taxa de ocupação dos leitos”.

Os cientistas ainda afirmam que não existe nenhum medicamento de prevenção a Covid-19, nem nenhum estudo formulado e completo que assegure a eficácia do uso da ivermectina como tratamento precoce contra o coronavírus. “É estranho que Europa, os Estados Unidos, China, Ásia, nenhum outro lugar do mundo esteja usando essas medicações para o tratamento da Covid-19. Se elas realmente funcionassem, seria mais provável que os outros países também adotassem esse tipo de conduta de tratamento precoce com o uso dessas medicações”, disse a Dra. Mônica.

“O pesquisador tem a autonomia para desenvolver a pesquisa com o medicamento que ele achar conveniente, o médico tem a autonomia para prescrever, porém o médico na hora de prescrever uma droga experimental para aquele tratamento, deve deixar claro para o paciente de que é um medicamento experimental, sem eficácia comprovada, que não é autorizado pela Anvisa e que não consta na bula do medicamento e só deve ser recomendado com o livre consentimento do paciente. O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde, assim como o Ministério da Saúde, assim como a Anvisa, só reconhece método terapêutico como política pública de saúde, aquilo que tem a chancela da Anvisa. Nós ratificamos que não a evidencia científica com relação a nenhuma droga atualmente. O que nós recomendamos as autoridades é que não adotem nenhum tipo de medicamento, droga ou insumo e aqueles que adotarem sejam responsabilizados depois”, relatou o Dr. Ricardo Valentim.

Dentre as recomendações citadas, os cientistas reforçaram a importância da utilização de máscaras de proteção facial, o uso do álcool em gel e o distanciamento social de 1 metro. Todas as determinações da OMS devem continuar sendo seguidas por aquelas pessoas que já foram vacinadas ou já contraíram o vírus.

Uso de máscaras

Sobre o uso de máscaras, a infectologista Mônica Bay recomendou, de acordo com o Ministério da Saúde, que idosos com comorbidade devem utilizar a máscara cirúrgica; pacientes com sintomas da Covid-19 devem também usar a máscara cirúrgica; jovens e pessoas saudáveis, que não possuem sintomas de coronavírus, podem fazer uso da máscara de pano; e os profissionais de saúde e aqueles que trabalham na linha de frente contra a covid, devem usar a máscara N95, por possuir uma maior proteção.

 

 

 

 

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