Por Mycleison Costa
Em 12 de março de 2020, há exatamente 1 ano, o Rio Grande do Norte registrava sua primeira infecção pelo, então, novo coronavírus. Uma mulher de 24 anos, com histórico de viagem pela Europa, foi primeiro sinal de alerta para as autoridades sanitárias do estado. Naquele momento, no entanto, a contaminação local ainda não era realidade no RN. 12 meses depois, a disseminação do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, está fora de controle e mais de 178.582 potiguares já foram infectados.
Para a confirmação da primeira morte bastaram 16 dias. O professor Luiz di Souza, da Universidade Estadual do RN (UERN), foi o primeiro morador do estado a sucumbir por causa dos agravamentos da doença. Ele tinha 61 anos e morava em Mossoró.
De lá para cá, foram 3.829 vidas perdidas para o vírus até então, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Para se ter dimensão desse número, é como se a população de municípios como Paraú e Tibau, no interior do estado, fossem dizimadas de uma hora para outra. Outros 832 óbitos seguem sendo investigados.
O drama que vive o RN também é refletido na ocupação de quase 96% dos leitos de tratamento intensivo (UTI) para pacientes com Covid-19, ou nos 16, dos 23 hospitais regulados, operando com 100% da capacidade.
Ao todo, 962 pacientes estão internados com Covid-19 em hospitais públicos e privados no estado; 514 deles em leitos de UTI. Enquanto isso, outros 99 aguardam uma vaga para continuarem lutando pela vida, segundo dados do Sistema Regula RN.
Medidas tomadas nos últimos 12 meses
Dois dias após a primeira confirmação, o governo estadual estabeleceu quais medidas poderiam vir a ser tomadas para resposta à emergência de saúde pública. Isolamento social, regime de quarentena e determinação de realização compulsória de testes laboratoriais para detecção da doença foram algumas delas.
Pouco tempo depois, setores do serviço público e da rede privada suspenderam as atividades presenciais e adotaram o regime home office durante alguns meses. Universidades, escolas municipais, estaduais e particulares também paralisaram as atividades na tentativa de conter a disseminação do vírus; o mesmo que igrejas e espaços de convivência.
Meses após a flexibilização das medidas restritivas ocorridas no final de 2020 – como a retomada do regime presencial nos setores públicos e privados, reabertura de escolas, igrejas e permissão para realização de eventos -, o estado voltou a decretar normas mais rígidas para o combate à pandemia.
Neste mês, a suspensão de aulas e trabalhos presenciais, realização de eventos e reuniões, bem como a restrição de funcionamento do comércio, voltaram a ser realidade. Desta vez, também ficou determinada a proibição da circulação de pessoas, durante a semana, das 20h às 6h do dia seguinte, e em tempo integral aos domingos.
Medidas que não estão sendo seguidas por todas as prefeituras, já que algumas implementaram suas próprias regras. O prefeito de Natal, Álvaro Dias, por exemplo, não aceitou o lockdown aos domingos e reduziu a vigência do toque de recolher – que passou a ser das 21h às 5h do dia seguinte, na capital.