Henry morreu no dia 8 de março, a mãe e o padrasto foram presos por suspeita do crime. Foto: Reprodução
Nesta quinta-feira (8) o vereador do Rio de Janeiro, Dr. Jairinho, foi preso por suspeita de agressão e assassinato do menino Henry Borel de 4 anos, a mãe da criança, a professora Monique Medeiros, também foi detida. O pai do menino, o engenheiro Liniel Borel, revelou que o filho chegou a reclamar que “tio Jairinho” o machucava, porém não havia marcas pelo corpo da criança. A psicóloga Helga Torquato falou em entrevista ao Repórter 98 de hoje sobre quais os sinais que podem evidenciar que uma criança está sofrendo violência doméstica. De acordo com a profissional, choro, falta ou excesso de apetite, irritabilidade e alterações no sono podem ser um alerta de que algo está fora do normal.
“Quando a gente fala de alteração de comportamento, a gente fala de alteração diária, de sono, de alimentação, ou a criança passa a comer menos ou passa a comer compulsivamente, alteração de choro”, explicou Helga.
A profissional alertou que quando uma criança mostra resistência em ir para um local que teoricamente representaria segurança, como a casa da mãe ou do pai, há alguma coisa errada, e é preciso prestar atenção nesses sinais. Helga também disse que a pandemia elevou em quase 300% os casos de violência doméstica no Estado.
“Que bom que hoje em dia médicos, dentistas, professores podem fazer denúncia, há 10 anos atrás não era permitido. No Hospital Walfredo Gurgel chegavam crianças que sofriam violência doméstica, a gente estava lá para atender, mas não podia fazer nenhum tipo de denúncia. Que bom que houve a alteração no jurídico que qualquer pessoa que perceba alteração de comportamento possa fazer”, relatou.
Segundo a psicóloga a criança acaba sinalizando em algum momento que está sofrendo a agressão. Ela também explicou que faltou uma relação de afeto tanto por parte da mãe, que seria a responsável por proteger a criança, quanto do padrasto que por estar em uma relação com a mulher, deveria também manter laços afetivos com o enteado.
O casal foi preso por indícios de homicídio duplamente qualificado, com emprego de tortura e sem chance de defesa para a vítima. Uma troca de mensagens divulgadas pela polícia nesta quinta-feira (8) entre Monique e Thayná Ferreira, babá da criança, descreve em tempo real uma suposta sessão de tortura praticada pelo vereador em 12 de fevereiro, o que evidencia que a mãe tinha conhecimento das agressões. O casal alegou que o menino sofreu um acidente em casa no dia 8 de março e que estava “desacordado e com os olhos revirados e sem respirar” quando os dois o encontraram no quarto e o levaram para o hospital. Laudo do Instituto Médico Legal apontou que Henry sofreu agressões e tinha lesões em várias partes do corpo.