Por redação
Com a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia de Covid-19, cerca de 24, 9% das crianças e adolescentes na faixa etária dos 6 aos 17 anos ficaram excluídos da educação no Rio Grande do Norte em 2020, de acordo com o estudo “Cenário da Exclusão Escolar no Brasil – um Alerta sobre os Impactos da Pandemia da Covid-19 na Educação”, lançado no último dia 29 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Em entrevista ao programa 12 Em Ponto 98 desta quarta-feira (5), a diretora executiva do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), Cláudia Santa Rosa falou sobre os dados.
“No RN essa população é de um pouco mais de 600 mil, e o estudo mostra que 160 mil entre 6 e 17 anos não tiveram aula em novembro de 2020”, disse Santa Rosa.
Ela explicou que os dados não abrangem os alunos da educação infantil, e nem jovens acima de 17 anos, portanto esse número pode aumentar. O Estado tinha a população de 641.958 crianças e adolescentes com idades de 6 a 17 anos, dessas 160.059 ficaram de fora da escola. No cenário nacional o número saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020.
“O problema é maior do que os dados da Unicef apontam, porque nós temos jovens acima dos 17 anos ainda cursando o ensino médio, por exemplo. E as vezes até o ensino fundamental através da Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, pontuou a diretora do IDE.
De acordo com o estudo, as maiores porcentagens de crianças e adolescentes sem acesso à educação estão nas regiões Norte e Nordeste, em áreas rurais. Além disso, cerca de 70% daqueles sem acesso à educação são pretos, pardos e indígenas (seguindo a classificação do IBGE). O RN tem o segundo pior percentual entre os estados do Nordeste e o sexto entre os 26 Estados e o Distrito Federal.
“O Rio Grande do Norte perdeu para Bahia e para a geografia da região Norte, porque todos os estados que o RN ficou a frente, fora a Bahia, são estados que nós sabemos qual é cenário, as questões geográficas, as dificuldades de acesso. Então, é bastante preocupante porque outros estados do Nordeste ficaram com percentuais por volta dos 12%”, afirmou Santa Rosa.
Cláudia Santa Rosa falou ainda sobre a falta de acesso dos estudantes a aula online, que falta estrutura para garantir o acesso a internet para os alunos de escolas públicas do Estado.
*Com informações da Agência Brasil
Veja a entrevista: