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CPI: Wajngarten se contradiz e recua de declarações sobre atraso de vacinas; Renan ameaça prisão

O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten. Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado

Em depoimento na CPI da pandemia nesta quarta-feira (12), o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten evitou responder aos questionamentos dos senadores. Nas declarações do ex-funcionário do Planalto, ele apresentou contradições com o que disse em entrevista à revista Veja no final de abril. O relator da comissão, senador Renan Calheiros ameaçou Wajngarten de prisão.

O ex-secretário evitou falar em incompetência do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no processo de aquisição de vacinas da Pfizer , declaração dada à revista. “O senhor só está aqui por causa da entrevista à Revista Veja, se não, a gente nem lembrava que o senhor existia”, disse o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI.

“Vou cobrar à revista Veja, se ele não mentiu, que ela se retrate a ele. Se ele mentiu a essa comissão vou requerer, na forma da legislação processual, a prisão do depoente”, afirmou o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que decidiu trocar a placa que o identificava e substituiu por uma com o número atualizado de mortos pela Covid: 425.711.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo, defendeu Wajngarten. “Renan Calheiros comete abuso de autoridade ao ameaçar o depoente de prisão quando as respostas não atendem às suas expectativas. Estamos diante de uma flagrante ilegalidade”.

Wajngarten foi questionado várias vezes por Renan Calheiros sobre o atraso da aquisição das vacinas da Pfizer e sobre um gabinete paralelo de aconselhamento a Bolsonaro sobre a pandemia. O ex-secretário foi advertido que mentir em uma CPI na condição de testemunha configura como crime.

“O que eu quis dizer na entrevista é justamente sobre as três cláusulas que eram impeditivas. Eu desconheço quem tenha orientado. O fato é que a gente buscava sempre acelerar a celebração do contrato da Pfizer para que a melhor vacina chegasse aos brasileiros. Infelizmente havia uma lacuna legal”, disse o ex-chefe da Secom.

Na entrevista publicada pela Veja, o ex-secretário comentou as negociações entre o Ministério da Saúde e a Pfizer. “Incompetência e ineficiência. Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é isso que acontece”, disse na ocasião. E completou: “Estou me referindo à equipe que gerenciava o Ministério da Saúde nesse período”.

*Com informações do Estadão 

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