A senadora Zenaide Maia (Pros-RN), que é médica, afirmou nesta quinta-feira (20), em discurso na CPI da Pandemia no Senado, que é contra a possibilidade de médicos prescreverem medicamentos no formato “off-label”, ou seja, para uma finalidade distinta da indicação prevista na bula do remédio.
O uso off-label está acontecendo com medicamentos como a cloroquina e a ivermectina. Originalmente, os remédios são indicados, respectivamente, para tratamento de malária e verminoses, mas estão sendo experimentados na pandemia para cuidar de pacientes com Covid-19.
O Conselho Federal de Medicina afirma que os médicos têm autonomia para fazer esse tipo de prescrição, mesmo sem comprovação científica da eficácia das drogas para Covid-19. Médicos que defendem o uso off-label de cloroquina, ivermectina e outros medicamentos citam estudos preliminares que apontam alguma ação contra o novo coronavírus.
“Essa história do Conselho Federal de Medicina de dizer que médico pode prescrever do jeito que quer, essa autonomia médica, não existe isso. Eu só posso prescrever o medicamento que a ciência provou que é eficaz para aquela doença. Não posso estar fazendo achismo, fazendo as pessoas de cobaia prescrevendo a cloroquina. A cloroquina tem 70 anos, mas é para malária, lúpus”, afirmou a senadora.