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Com UTIs lotadas, movimentos de esquerda marcam protesto contra Bolsonaro para este sábado em Natal

Ato em Natal será realizado no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Nevaldo Rocha – Foto: Google Maps / Reprodução

Movimentos sociais de esquerda prometem realizar neste sábado (29), a partir das 15h, uma manifestação nacional contra o presidente Jair Bolsonaro. Por todo o País, centrais sindicais e entidades ligadas à esquerda pretendem ocupar as ruas para criticar especialmente a gestão federal da pandemia da Covid-19.

Pelas redes sociais, os organizadores dizem que o foco do ato é cobrar mais velocidade na vacinação contra a Covid-19 no País e um aumento no valor do auxílio emergencial, para estimular que as pessoas mais vulneráveis permaneçam em casa durante a crise sanitária.

Em Natal, o ato está sendo convocado para as imediações do shopping Midway Mall, no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Nevaldo Rocha (antiga Bernardo Vieira), no Tirol, na Zona Leste da cidade.

Para minimizar o risco de contaminação por Covid-19, os movimentos sociais pedem que os manifestantes compareçam de máscaras (de preferência do tipo PFF2) e pratiquem o distanciamento social. Além disso, a recomendação é para que os participantes portem frascos de álcool em gel, para higienização frequente das mãos.

Mesmo com essas medidas preventivas, o ato estimula a formação de aglomerações – o que não é recomendado pelas autoridades sanitárias no atual momento da pandemia. Protestos semelhantes convocados por correntes que apoiam o presidente Bolsonaro foram criticados por esses movimentos de esquerda.

Em Natal, o ato vai acontecer no momento em que leitos para atendimento de pacientes com Covid-19 estão lotados. Na tarde desta sexta-feira (28), a plataforma “Regula RN”, que monitora em tempo real a situação dos hospitais públicos, aponta que a taxa de ocupação de leitos críticos (UTI e semi-UTIs) estava em 98,3%. Quando essa reportagem foi concluída, havia apenas 7 leitos disponíveis para mais de 90 pacientes aguardando uma vaga.

Entre as entidades que apoiam a manifestação deste sábado está a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A presidente da entidade no Rio Grande do Norte, Eliane Bandeira, publicou um vídeo nesta quinta-feira (27) afirmando que o protesto é contra a “política genocida” do governo Bolsonaro.

“Temos mais de 450 mil motivos para ocupar as ruas”, disse, em referência às vítimas da Covid-19 no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, até esta quinta, 456.674 brasileiros perderam a vida por causa da doença.

O vereador de Natal Robério Paulino (PSOL) também estimula a realização do ato. Pelas redes sociais, o parlamentar disse que espera “milhares de pessoas” nas ruas neste sábado. “Quando a população vai para a rua, como na Colômbia, no Chile, em plena pandemia, é porque o governo desse país é mais perigoso que o próprio vírus”, enfatizou.

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DCE/UFRN) também tem convocado para o ato. Pelas redes sociais, a entidade tem planejado a realização de uma “aula” em frente ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN (IFRN), que fica na lateral do Midway. “Se estamos indo às ruas nesse momento é porque temos um governo mais letal que a Covid-19”, afirma o comunicado oficial do DCE.

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