O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves, presidente estadual do PDT, criticou nesta quinta-feira (10) a gestão do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19. Para o ex-prefeito, a condução de Bolsonaro na crise foi marcada por “má gestão”, “irresponsabilidade” e “negacionismo” das recomendações científicas.
Em entrevista à 98 FM Natal, Carlos Eduardo lamentou a postura do presidente no processo de aquisição de vacinas contra a Covid-19. O ex-prefeito de Natal criticou Bolsonaro pelo atraso na compra de imunizantes e por ter feito declarações antivacina. O líder do PDT no RN lembrou que o presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, disse à CPI da Pandemia no Senado que dezenas de ofertas de vacinas foram feitas ao governo brasileiro em 2020, mas que ficaram sem respostas.
“Má gestão. Não é nem má gestão. É irresponsabilidade do Governo Federal. Há um negacionismo desde o início. (…) O presidente da Pfizer disse que houve 53 tentativas de se vender a vacina ao governo brasileiro desde agosto, e isso não foi levado a efeito. E depois (veio) a declaração do diretor do Instituto Butantan, de São Paulo, que afirmou que houve dificuldade porque politizaram. ‘A vacina do Doria’…”, destacou Carlos Eduardo.
O ex-prefeito criticou Bolsonaro por fazer, segundo ele, “chacota” com a Coronavac, a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Antes de o Governo Federal comprar doses do imunizante, o presidente tripudiou da vacina e chegou a dizer que o governo brasileiro não iria comprar a “vacina do Doria”, em referência ao fato de que o principal entusiasta do imunizante no Brasil é o governador paulista João Doria (PSDB).
“Pelo amor de Deus. E aquela chacota? O escárnio… Que o homem vai falar fino, a mulher vai criar barba, vai virar jacaré. Quer dizer… Em cima de milhares de pessoas que perderam a vida, enlutadas. Eu perdi muitos amigos. É uma tristeza, é um susto que a gente toma. A gente fica ali pra baixo, fica ‘pelo amor de Deus’. E tanta gente que podia estar aí levando sua vida. O fato é que a pandemia não ia se acabar se as vacinas tivessem chegado em dezembro, como a Pfizer e o Butantan garantiram, mas ia diminuir muito a letalidade dessa doença”, afirmou o ex-prefeito.
“O governo Bolsonaro é uma de uma irresponsabilidade e falta de eficiência total”, finalizou.
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