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“Cloroquina não funciona. Só não testou em emas porque fugiram”, diz microbiologista

Pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e microbiologista Natalia Pasternak. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Por Correio Braziliense

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, no Senado, a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e microbiologista Natalia Pasternak fez uma ampla explicação sobre a razão pela qual a comunidade científica entendeu que a cloroquina e hidroxicloroquina não são eficazes contra a covid-19.

“(Cloroquina) Nunca teve plausibilidade biológica para funcionar. O caminho pelo qual ela bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro, em tubo de ensaio, porque, nas células do trato respiratório, o caminho é outro. Então, ela já nunca poderia ter funcionado”, explicou. E completou: “Não funciona em camundongos, não funciona em macacos, e também já sabemos que não funciona em humanos. Senhores, a cloroquina já foi testada em tudo. A gente testou em animais, a gente testou em humanos. A gente só não testou em emas porque as emas fugiram, mas, no resto, a gente testou em tudo, e não funcionou”.

Pasternak fez referência ao animal em alusão a uma foto do presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, “oferecendo” uma caixa de cloroquina a uma ema. O presidente é um grande defensor do uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra covid-19, como cloroquina e ivermectina. Bolsonaro também não segue as medidas sanitárias, como uso de máscara e distanciamento social, e reduziu a gravidade da doença ao longo de toda a pandemia, colocando em xeque a eficácia das vacinas contra a doença.

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