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Três de cada quatro mortes por covid poderiam ter sido evitadas, diz Natalia Pasternak

A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e microbiologista Natalia Pasternak. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Por Agência Senado

A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e microbiologista Natalia Pasternak citou no depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, no Senado, nesta sexta-feira (11) um estudo coordenado pelo epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), publicado na revista científica medicinal inglesa The Lancet  o qual mostra que 3 a cada 4 óbitos poderiam ter sido evitados.

“São os dados do pesquisador e professor Pedro Hallal, publicados na The Lancet, de que três de cada quatro mortes teriam sido evitadas se o Brasil estivesse na média mundial de controle da pandemia. Ou seja, quando atingirmos 500 mil mortes, isso quer dizer que 375 mil mortes poderiam ter sido evitadas com um melhor controle da pandemia”, disse.

Renan questionou se o governo deveria ter feito campanhas de esclarecimento e de prevenção desde o início da pandemia para proteger a população. Pasternak, que coordena o Instituto Questão de Ciência (IQC), voltado à divulgação científica, qualificou de “desastrosa” a ausência de política de comunicação por parte do governo .

“Há exemplos de países, como Alemanha e Nova Zelândia, onde esta comunicação foi feita diariamente pelos líderes. Falando com a população de forma clara e transparente. Estes países se saíram muito bem ao chamar a população como colaboradora. Já aqui o presidente da República se comporta de forma contrária à ciência, e isso confunde a população. Pessoas o seguem e acreditam nele. E quando ele aparece sem máscaras, desdenhando da pandemia, fazendo pouco das pessoas que morreram e mostrando total falta de empatia, ele confunde as pessoas, leva a uma ilusão de que está tudo bem”, declarou.

A pesquisadora  disse que se houvesse políticas como testagem em massa, rastreamento e isolamento social; investimento em vacinação ao invés de “tratamento precoce”; além de uma campanha única de conscientização das medidas não farmacológicas, como uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento social.

O Brasil é o segundo país do mundo em número absoluto de mortes por Covid, atrás dos Estados Unidos.

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