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CPI da Pandemia ouve médicos favoráveis a ‘tratamento precoce’ nesta sexta-feira (18)

Ciro Nogueira, Marcos Rogério e Eduardo Girão na CPI da Pandemia: interesse em informações sobre “tratamento precoce” da covid-19. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Por Agência Senado

Quatorze requerimentos de transferência de sigilo, convocação e pedidos de informação estão na pauta da CPI da Pandemia nesta sexta-feira (18), entre eles os pedidos de diligência para que o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que prestou depoimento nessa quarta-feira (16) ao colegiado, seja ouvido em reunião reservada. Os parlamentares ouvirão ainda os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves.

Zimerman foi convidado a partir de requerimentos dos senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Marcos Rogério (DEM-RO). Já Alves teve convite solicitado por Jorginho Mello (PL-SC), Ciro Nogueira (PP-PI) e Heinze.

“Vemos as pesquisas científicas e as políticas públicas sendo construídas dia a dia, minuto a minuto, em cima de casos, dados e estatísticas divulgados que ainda vão demandar muitas pesquisas adicionais. Pensamos que a convocação de Zimerman será de importância singular para que exponha sua atuação e seus conhecimentos sobre o assunto”, diz Marcos Rogério.

Zimerman é médico infectologista e ex-presidente da Associação Gaúcha de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar. Ele afirma em vídeo que medicamentos para o “tratamento precoce” da covid-19, como ivermectina e hidroxicloroquina, já têm eficácia comprovada.

Alves é especialista em Infectologia pelo Instituto Emílio Ribas e diretor-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP).

“O doutor Francisco Eduardo Cardoso Alves possui ampla experiência na área clínica em doenças infectocontagiosas, parasitárias e tropicais (consultório, ambulatório, enfermaria, emergência e terapia intensiva), e como médico intensivista plantonista em hospitais de doenças infecciosas, tanto da rede pública quanto privada”, afirma Ciro.

Alves é apontado como um dos coautores da nota informativa do Ministério da Saúde que dava orientações para o “tratamento precoce” da covid-19.

Deliberações

Segundo o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), serão postos em votação nesta sexta, inclusive, requerimentos recém-apresentados nessa quarta-feira (16). Dos 484 requerimentos já votados — entre eles 101 convocações, 37 convites, 29 transferências de sigilo e 307 pedidos de informação — apenas quatro foram rejeitados. No total, aguardam apreciação 317 solicitações.

Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) são signatários dos pedidos de diligência para que o ex-governador seja ouvido em reunião reservada, já que Witzel afirmou ao colegiado que teria “fatos gravíssimos” a revelar sobre a intervenção do governo federal no combate à pandemia, mas que apenas o faria aos membros da CPI a portas fechadas.

“A ser reputada verdadeira a alegação do senhor Witzel de que teria material robusto a oferecer a esta CPI, corroborando fatos graves que pretende expor reservadamente, julga-se conveniente a sua oitiva nesses termos”, expõe Alessandro.

Também há requerimentos para a convocação do atual governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, assim como do secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.

Da mesma forma, a partir do testemunho de Witzel, em que mencionou que algumas organizações sociais participaram de desvios de recursos no Rio de Janeiro, o senador Alessandro Vieira apresentou requerimentos para a transferência de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático das seguintes entidades: Instituto Unir Saúde, Viva Rio, Associação Filantrópica Nova Esperança, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Associação Mahatma Gandhi (OS), Instituto dos Lagos Rio (OS), Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas).

Intermediações 

Também devem ir à apreciação os requerimentos de convocação do empresário Carlos Eduardo Sanchez, CEO da EMS. Os senadores Randolfe e Alessandro pedem ainda a quebra de seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, assim como da empresa de produtos farmacêuticos que comanda.

Os requerimentos foram apresentados a partir de um telegrama secreto do Ministério das Relações Exteriores, de posse da CPI, que trata da transcrição de telefonema do presidente Jair Bolsonaro para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em favor das empresas EMS e Apsen para exportação de insumos utilizados na fabricação de hidroxicloroquina.

“Para que o colegiado possa entender adequadamente a sua [de Sanchez] relação com o presidente da República e o Ministério da Saúde, sobretudo no tocante ao aparente uso de dinheiro público para o financiamento da produção de enormes quantidades de medicamentos com ineficácia comprovada para o enfrentamento da pandemia”, explica Randolfe.

Fonte: Agência Senado

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