O preço da gasolina voltou a subir em Natal. Desde a última quarta-feira (23), é possível observar que em alguns postos de combustíveis o litro do produto passou a ser comercializado a R$ 6,29 – o que representa um aumento de mais de 20 centavos em relação ao preço médio cobrado nos dias anteriores.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio do produto na capital potiguar na última semana (entre os dias 13 e 19) era de R$ 5,98. Os valores para a semana atual ainda não foram atualizados. O aumento nos postos ocorre sem que tenha havido ajuste nos preços por parte da Petrobras. O último reajuste da Companhia foi no dia 12 de junho e mesmo assim se tratava de uma redução de 1,9% no valor do produto nas refinarias.
A flutuação no preço do produto ocorre justamente após o dólar fechar abaixo dos R$ 5 nos últimos dias, o que não havia ocorrido ainda neste ano. O câmbio tem impacto porque, desde 2017, a Petrobras baseia o valor do barril de petróleo, calculado em dólar, para fazer reajustes na gasolina nacional. Por outro lado, o valor do barril vem apresentando aumento, chegando a custar US$ 75 (há pouco tempo era vendido a US$ 67).
O Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos-RN) afirmou que não comenta a política de preços dos seus associados. Mas explicou que o atual aumento pode ser justificado porque 27% da gasolina é composto por etanol anidro, combustível que nos últimos seis meses subiu cerca de 43%, o que impactou no preço final do litro da gasolina.
Alta semelhante foi verificada no etanol hidratado – usado em carros a álcool ou flex – cujo preço subiu 58% de janeiro deste ano até agora. Além disso, o País passa atualmente pela entressafra da cana de açúcar; e antes, os produtores priorizaram a produção de açúcar para exportação. Esse conjunto de fatores influencia na atual situação.
Na semana passada, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) arquivou a denúncia para investigação do aumento abusivo dos preços de combustíveis nos postos da capital potiguar. O pedido de investigação foi aberto pela vereadora Camila Araújo (PSD), e a decisão de arquivar a denúncia, antes mesmo da abertura do inquérito, partiu do promotor Marconi Falcone, que justificou a decisão alegando falta de elementos concretos do aumento abusivo dos preços praticados.
Com informações Tribuna do Norte