A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, teve o seu cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS) hackeado. Agora, os registros mostram que a deputada já teria morrido. Por conta disso, ela pode ter dificuldades para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela assessoria da deputada ao jornal Metrópoles.
Gleisi Hoffmann tomou a primeira dose da vacina no último dia 25, em um posto de vacinação em Brasília. Já nesta terça-feira (13), profissionais de saúde entraram em contato para informá-la que tinha sido dado baixa no cadastro dela. A deputada também soube que no sistema ela constava como morta. Agora, Gleisi precisa provar que está viva para reativar o cadastro.
Ao lado do nome completo da petista aparece o nome “Bolsonaro”, como um suposto apelido.
De acordo com a assessoria, “foi encaminhado um documento solicitando ao Ministério da Saúde” que faça a correção dos dados de Gleisi no sistema do SUS. “Está sendo estudado que outras medidas podem ser tomadas”.
A deputada pediu ajuda do deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff (PT-RS). Ele teria dito à colega que o site da pasta já sofreu uma série de ataques hackers e que a alteração no cadastro dela pode ter alguma relação com isso.
Ao jornal Metrópoles, o deputado Alexandre Padilha explicou que a alteração cadastral nos dados de Gleisi Hoffmann pode ter relação com um vazamento de dados em novembro do ano passado, que levou à exposição informações de ao menos 16 milhões de brasileiros.
“Provavelmente isso aconteceu nesse episódio de 2019, que nós denunciamos à época, eu fiz inclusive um protocolo para o Tribunal de Contas da União. O Idec [Instituto de Defesa do Consumidor] entrou junto ao MPF para investigar esse vazamento de dados da Saúde, mudanças nos cadastros do cartão SUS, e aparentemente feito por consultores contratados por acordo do Ministério da Saúde com o Hospital Albert Einstein”, afirma.
O parlamentar se refere ao vazamento de dados de ao menos 16 milhões de brasileiros que tiveram diagnóstico suspeito, confirmado ou foram internados com Covid-19. Na ocasião, dados pessoais e médicos expostos na internet durante quase um mês por causa de um vazamento de senhas de sistemas do Ministério da Saúde.
Entre as pessoas que tiveram a privacidade violada, com exposição de informações como CPF, endereço, telefone e doenças pré-existentes, estão o presidente Jair Bolsonaro e familiares; o na época ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; outros seis titulares de ministérios, como Onyx Lorenzoni e Damares Alves; o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e mais 16 governadores, além dos ex-presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).