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Em tumulto com imprensa na delegacia, advogados foram agredidos primeiro, afirma presidente da OAB-RN

Momento em que advogados deixam delegacia e começa tumulto com profissionais da imprensa – Foto: Reprodução

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB-RN), Aldo Medeiros Filho, afirmou nesta terça-feira (13) que o tumulto registrado em frente à Delegacia de Plantão da Zona Sul de Natal na noite de segunda-feira (12), entre advogados e profissionais da imprensa, não foi provocada pelos advogados.

Em entrevista ao programa “Repórter 98”, da 98 FM Natal (confira íntegra abaixo), o presidente da OAB-RN disse que, apesar de não estar presente na hora da confusão, tem “absoluta segurança” de que os advogados foram agredidos primeiro – não se sabe se por um profissional da imprensa ou por outra pessoa que estava no local.

“Passamos o dia inteiro apurando essas situações e eu tenho absoluta segurança de que os advogados foram agredidos por pessoas que estavam exaltadas. Agredindo inclusive moralmente, com palavras e grosserias no momento que estavam saindo (da delegacia)”, explicou o presidente da OAB-RN.

Aldo Medeiros registrou que identificou nos vídeos que um homem de camisa vermelha – ainda não identificado – teria iniciado o tumulto.

“Os advogados iam saindo. Estavam protegendo porque ela (a advogada) não queria ter a imagem divulgada. Esse cidadão (de camisa vermelha) agrediu um dos advogados e, a partir daí, se iniciou um tumulto. Uma situação que não temos maiores informações. Apenas sabemos que houve essa agressão inicial por parte de uma pessoa que não era advogado”, enfatizou.

Em nota, a própria OAB já havia se manifestado afirmando que “um cidadão de camisa vermelha ainda não identificado, avançou em direção ao grupo de advogados iniciando o tumulto”.

“A matéria veiculada de que representantes da OAB teriam entrado em conflito com a imprensa jornalística, naquela ocasião, não procede. A OAB-RN ressalta a importância isenta na apuração dos fatos, em estrita observância aos princípios da presunção de inocência, devido processo legal, ampla defesa e contraditório, inseridos na Constituição Federal, além, do respeito às prerrogativas da advocacia, pilares do estado democrático”, complementa a entidade.

A confusão

O tumulto ocorreu na noite desta segunda-feira em frente à Delegacia de Plantão da Zona Sul. Profissionais da imprensa e advogados se enfrentaram no momento em que uma advogada (acompanhada de colegas e defensores) saía do local após prestar depoimento. Ela havia sido detida momentos antes após ser flagrada por policiais penais recebendo informações de um preso através de um bilhete durante visita à Penitenciária Estadual de Alcaçuz. CLIQUE AQUI e leia mais sobre o assunto.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que a confusão se generalizou após a imprensa ser impedida de filmar a saída da advogada. Um homem aparece atrapalhando o trabalho de um cinegrafista, mas não é possível identificar quem iniciou as agressões.

Sindjorn repudia caso

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte (Sindjorn) afirmou que “nas imagens, vê-se, nitidamente, que as agressões começaram por um dos advogados que estava na delegacia, acompanhando todo o procedimento, tentando impedir o trabalho dos repórteres cinematográficos de filmar a ocorrência”. “Numa reação rápida de proteção e inibir as agressões, gerou-se um tumulto entre os presentes. Reafirmando que a conduta inicial de agressão partiu de um dos advogados presente no local”, enaltece a nota do sindicato.

A nota continua afirmando que “violência nunca foi e não será meio para impedir o trabalho do profissional da imprensa ou de qualquer outra profissão”.

“A liberdade de informação é um dos pilares da Democracia, tão defendida também pela própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional e a do Rio Grande do Norte. Por isso, o Sindjorn acredita que a Ordem não compactua com esse tipo de atitude, bem como de “advogados” que, através do “manto” das prerrogativas, tentam se beneficiar com atos que fogem ao juramento da Classe, e solicita uma apuração isenta do caso em questão para construirmos uma sociedade justa e democrática”, finaliza o texto.

Confira a íntegra da entrevista com Aldo Medeiros:

 

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