antes-visualizacao-noticia

Financiamento de campanha eleitoral pode chegar R$ 5,7 bilhões em 2022

Palácio do Congresso Nacional na Praça dos Três poderes em Brasília. Foto: Agência Brasil

Uma mudança feita no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo relator da proposta, deputado Juscelino Filho (DEM-BA), pode elevar a verba pública destinada ao financiamento de campanhas eleitorais para quase R$ 6 bilhões, em 2022, ano de eleições presidenciais e nos Estados.

O governo paga dois tipos de fundos para as legendas, o partidário (destinado à manutenção das siglas, como aluguéis) e o eleitoral (para o financiamento de campanhas). Em 2020, último ano com eleições no País, foram R$ 2,03 bilhões para o fundo eleitoral e R$ 959 milhões para o partidário.

O texto da LDO 2022, enviado pelo governo ao Congresso em 15 de abril, previa a manutenção das regras aplicadas em anos anteriores. No entanto, Juscelino propôs uma mudança na conta que, na prática, aumenta o valor de modo significativo.

Segundo técnicos legislativos, com a nova regra proposta, os valores podem chegar a R$ 5,7 bilhões apenas para o fundo eleitoral.

O montante em si só é definido na Lei Orçamentária Anual (LOA), a ser enviada pelo Executivo em agosto, mas a regra da LDO pode amarrar a verba. Conforme o Estadão/Broadcast Político apurou, a proposta é patrocinada pelo Centrão, integrante da base do governo do presidente Jair Bolsonaro, e por outras legendas representadas na Câmara e no Senado.

Parlamentares incluíram o dispositivo na LDO prevendo já a hipótese de um veto de Bolsonaro sobre o valor, mas afirmam nos bastidores que vão negociar com o governo para garantir o aumento.

Um dos argumentos é irrigar as campanhas com dinheiro público para compensar o fim do financiamento privado, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2015.

O relator também incluiu como novidade uma “resguarda de contingenciamento” para proteger órgãos e programas como Embrapa e Censo Demográfico. Também foram incluídos nessa ressalva as despesas relacionadas à Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino em Tempo Integral, com universalização do acesso à internet com apoio a iniciativas e projetos de inclusão digital.

Fonte: Estadão

fim-visualizacao-noticia