A volante Formiga, símbolo histórico da seleção feminina de futebol, não descansa nem mesmo durante a sua despedida. Recordista brasileira em participações olímpicas, a jogadora esperava que a sua última vez durasse um pouco mais. Depois da eliminação para o Canadá, nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, fez um pedido que ela mesma sempre atendeu: continuar lutando pelo futebol feminino do País.
“Gostaria de estar feliz nesse momento, fazendo mais de 100 jogos, última Olimpíada, querendo a classificação. Mas pênaltis e o futebol como um todo são assim, acontece. Agora é levantar a cabeça, encarar novos jogos, novos campeonatos. Foi o que disse a elas: perdemos uma batalha, mas a guerra continua. Vamos continuar trabalhando e dando sempre o nosso melhor e tenho certeza que essa nova oportunidade de ganhar uma Olimpíada vai acontecer o quanto antes”, projetou.
Formiga esteve com a seleção em todas as edições olímpicas desde que o futebol feminino passou a ser disputado, em Atlanta-1996. Foi duas vezes medalhista de prata e chegou às semifinais em outras três oportunidades. Na sétima e última vez, a lenda do esporte brasileiro não conteve as lágrimas e, muito emocionada, reiterou a sua confiança no rumo que o Brasil tem seguido.
“Este é um dos melhores grupos com os quais já trabalhei. Acredito muito no trabalho que está sendo feito aqui, que encantou não só a mim mas a todas nós. Tenho certeza que as meninas que estão vindo aí terão um pouco mais de tempo para aplicar e entender melhor a filosofia de trabalho da Pia, que está sendo muito importante. Não é porque fomos eliminadas agora que não houve coisas boas; houve sim, muitas. Agora é levantar a cabeça e pensar já no próximo porque a gente não pode perder tempo para ficar lamentando”, disse, defendendo o planejamento de longo prazo como crucial para manter a evolução da modalidade.
Agradecemos de coração por todo apoio e carinho de vocês antes e durante a competição. O resultado faz parte do jogo, infelizmente não foi o que gostaríamos. A união e a luta em prol do nosso sonho seguirão. Muito obrigada! #GuerreirasDoBrasil
“Temos o Mundial (em 2023) pela frente e precisamos acelerar esse processo. É o que disse a elas: futebol é isso, alguém ganha, alguém perde, mas a gente precisa sempre pensar à frente, se cuidar, porque o trabalho vai continuar. Não faltou empenho, não faltou entrega. E tenho certeza que é daqui para melhor”, concluiu.
Com a derrota para o Canadá nos pênaltis, a seleção feminina deu adeus à disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A equipe agora volta as suas atenções para o próximo ciclo, que inclui as disputas da Copa América e do Mundial de 2023, que será na Austrália.
Fonte: Estadão