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“Não estão nem aí, deixam a população se lascar”, diz PM que perdeu filha em atentado sobre secretário de Segurança e comandante da PM

Coronel Araújo (secretário de Segurança), policial Wendell Lagartixa e coronel Alarico (comandante da PM) – Foto: Reprodução

O policial militar reformado Wendell Fagner Cortez, que perdeu a filha Laura, de apenas 4 anos, durante um atentado no Dia dos Pais na Zona Norte de Natal, fez duras críticas nesta terça-feira (10) contra o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Francisco Araújo, e o comandante-geral da Polícia Militar do RN, coronel Alarico Azevedo, pela escalada de violência contra agentes de segurança pública no Estado.

Em entrevista a uma rádio da capital potiguar, Wendell Lagartixa, como é mais conhecido, disse que o secretário e o comandante da PM “não estão nem aí” para a segurança pública do Rio Grande do Norte e não prestam, segundo ele, assistência devida aos policiais que são vítimas de violência.

“A gente não tem comando. Nunca tivemos comando. Falo como policial afastado, como policial militar. Tanto quem morre na polícia porque é bom quanto quem morre por um dia ter se metido com coisa erada sempre foi abandonado pelo comando da polícia. Alarico, Araújo… Eles nunca deram atenção para policial que morre”.

Wendell Lagartixa, policial militar reformado

Wendell Lagartixa reclamou, ainda, que o secretário e o comandante não comparecem sequer a enterros de policiais mortos em confronto com bandidos. O policial disse que Araújo e Alarico só fazem “blá-blá-blá”.

“Você morre, tem o sepultamento, aquele blá-blá-blá… Eles nunca vão no enterro. Não aparecem em enterro de policial, a não ser que repercuta muito na mídia. Eles sempre querem aparecer porque são cargos políticos. Não estão nem aí para o Rio Grande do Norte, para Natal, a para segurança”, enfatizou Wendell.


O policial reformado pediu mais investigação das mortes de agentes de segurança. Ele disse que alguns casos só estão sendo elucidados graças ao empenho de unidades como a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas que é necessário maior engajamento de vários órgãos do Governo do Estado para frear a violência contra os agentes.


“As inúmeras ameaças, os inúmeros tombos que a Polícia Militar teve e a polícia não toma medida, não prende. A DHPP, a Deicor estão dando resposta muito rápida porque estão prendendo quem mata polícia. Está tendo uma resposta mais rápida por causa dessa turma mais nova. Alguns delegados antigos estão se empenhando também. Mas, se depender do comando da PM, a PM abandonada e o povo de Natal… A determinação que tem por parte do comando, eu já vivi isso no comando da polícia, deixa a população se lascar”, finalizou.

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