O presidente do Afeganistão, Asharaf Ghani, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (18), após se exilar nos Emirados Árabes Unidos, que deixou o país para evitar um “banho de sangue” e que uma grande tragédia acontecesse depois do Talibã tomar a capital Cabul.
“Se eu tivesse ficado, estaria testemunhando um derramamento de sangue em Cabul”, afirmou Ghani. “Estou realizando consultadas aos outros até que possa voltar para continuar com meus esforços por justiça aos afegãos”, continuou.
Ghani deixou o palácio presidencial no último domingo (15) após a ofensiva do grupo islâmico. O presidente do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional, Abdullah Abdullah, referiu-se a ele como “ex-presidente” após anunciar em pronunciamento em vídeo sua partida.
Ele ainda negou durante a coletiva que tivesse levado uma grande quantia de dinheiro do Afeganistão ao ir para o exílio.
Asharaf Ghani é um ex-economista e professor acadêmico, que ocupa a presidência do Afeganistão desde 2014. Ele foi reeleito em setembro de 2019, mas devido a um processo demorado, só tomou posse em março de 2020.
Com dupla cidadania, abriu mão do passaporte norte-americano para concorrer a presidência afegã em 2009. Já lecionou na Universidade da Califórnia em Berkeley e na Universidade Johns Hopkins, nos EUA, entre 1983 e 1991.
Fonte: CNN