O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (19), durante tradicional conversa com apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada, que deve apresentar, nesta noite, dados de corrupção na Caixa Econômica Federal. A exposição, segundo ele, vai ocorrer durante a live semanal e o presidente da instituição, Pedro Guimarães, estará ao seu lado.
“Na minha live de hoje, talvez traga o Pedro Guimarães [presidente] da Caixa, que eu pedi para todo mundo fazer uma auditoria do passado e ele falou que está abismado com o que ele levantou em alguns meses sobre corrupção na Caixa Econômica Federal”, disse.
Na próxima semana, a apresentação deverá ser focada no BNDES. O chefe do executivo federal vem dizendo que empréstimos a países como Cuba e Venezuela causaram prejuízos ao Brasil.
“Quando você pega a parte dos empréstimos internacionais, quando você pega algo no banco, ele quer [como garantia] que você dê tua casa, até teu cachorro, papagaio, caminhão”, afirmou Bolsonaro. “Cuba, sabe o que ofereceram para nós se não pagassem, como não estão pagando, quase US$ 1 bilhão [em empréstimo]? Charuto. Está escrito. Sabe quem garantiu empréstimo da Venezuela? Vocês. O Tesouro Nacional. Eles não têm pago as prestações anuais.”
O presidente afirmou, ainda, que no ano passado, para honrar os compromissos de empréstimos internacionais, autorizou o repasse de “R$ 200 milhões ou R$ 300 milhões” do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
“Não sei porque a imprensa não bateu. Não foi eu que conduzi o empréstimo do BNDES. Também temos o BNDES financiando aviãzinhos para amigos: 4% ao ano, enquanto a Selic era 15%. E tem gente que quer a volta disso”, protestou.
Conforme Bolsonaro, em dois anos e meio seu governo não teve denúncias de corrupção. “Pode acontecer, pode. A gente toma providência. Mas no passado era comum. A própria delação do [Antonio] Palocci [ex-ministro petista], o que ele disse? Nós só não loteamos politicamente o Banco Central, o resto foi tudo loteado.”
Equipamentos agrícolas a indígenas
Mais tarde, em Cuiabá (MT), o presidente participou de evento com entrega simbólica de 42 máquinas e outros equipamentos agrícolas, como aradores e tratores, para etnias indígenas. Sem citar nomes, fez críticas veladas ao que chamou de “controle de liberdade” por parte do Estado.
“Quem está nos oprimindo é uma minoria. Pontualmente, devemos criticar até para melhorar. Agora, de onde menos esperávamos, controle da liberddade, de lá está vindo controle pesado. Uma caneta. O Brasil vai ser o que cada um de vocês quiserem. Podem ter certeza, para nós presidente, governador, prefeitos, quem dá o norte é o povo. Não devemos temer o povo, e sim respeitar”, disse.