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MPRJ denuncia policial militar por torturar o ex-governador Anthony Garotinho na Cadeia

Sérgio Côrtes foi o responsável pelos primeiros-socorros de Anthony Garotinho na cadeia de Benfica. — Foto: Reprodução/ TV Globo

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta quinta-feira (19), pela prática de tortura, o policial militar Sauler Campos de Faria Sakalem. Ele é acusado de submeter o ex-governador do RJ, Anthony Garotinho, a “intenso sofrimento físico e mental”, enquanto o político esteve preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.

De acordo com a denúncia, na madrugada do dia 24 de novembro de 2017, Sauler invadiu a cela ocupada por Garotinho e o agrediu com golpes de um bastão semelhante a um taco de beisebol, além de ameaçá-lo de morte.

A denúncia relata que Sauler ingressou na cela B4, ocupada por Garotinho, por volta de 1h50, com o objeto nas mãos e uma arma de fogo na cintura, ordenando que o ex-governador descesse da cama. Após dizer que o político “gostava de falar muito”, desferiu um golpe com o bastão no joelho de Garotinho, que curvou-se de dor.

Ex-governador Anthony Garotinho. Foto: Agência Brasil

Ainda de acordo com a denúncia, após a agressão, o denunciado sacou a arma da cintura e disse as seguintes palavras, antes de pisar no pé da vítima, causando-lhe outra lesão: “Só não vou te matar para não sujar para o pessoal aqui do lado”, referindo-se a outros presos custodiados no local.

De acordo com o MP, as lesões praticadas por Sauler em Garotinho foram comprovadas “por meio de um vasto acervo documental, disponibilizado no inquérito policial instaurado para apurar a agressão, em especial pelo exame de corpo de delito realizado no ex-governador e pelas fotografias anexadas aos autos”.

Sauler foi denunciado por infringir o artigo 1º, inciso II, da Lei 9.455/97, submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. A pena prevista é de reclusão de dois a oito anos.

Relembre o caso

Na época, Garotinho estava preso por suspeita ter recebido cerca de R$ 3 milhões do frigorífico JBS por meio de contratos fraudulentos- ele foi solto depois de 29 dias. Durante o período, também estavam no presídio investigados pelas operações Calicute, Lava Jato, Fratura Exposta, e C’est Fini, como o também ex-governador Sérgio Cabral – hoje em dia em Bangu.

No dia 24 de novembro de 2017, Garotinho denunciou que sofreu as agressões durante a madrugada. Sua defesa chegou a mostrar fotos de lesões nos pés e joelhos do ex-governador. O ex-secretário de saúde Sérgio Côrtes fez os primeiros socorros.

Os peritos identificaram que três câmeras no presídio em Benfica, Zona Norte, foram desligadas, e uma teve a imagem congelada. O laudo diz que houve ausência de movimento com padrão de “interrupção”. Isso se caracteriza nos vídeos pelos saltos na contagem de tempo dos relógio das câmeras.

Joelho Garotinho — Foto: Reprodução/TV Globo

Joelho Garotinho — Foto: Reprodução/TV Globo

Fonte: G1


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