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Aumento dos combustíveis faz 2 mil desistirem de rodar como motorista de aplicativo na Grande Natal

Grande Natal tem cerca de 6 mil motoristas rodando – Foto: Marcello Casal Júnior / Agência Brasil
Da Redação da 98 FM

Cerca de 2 mil motoristas desistiram de rodar em aplicativos de transporte na Grande Natal nos últimos 10 meses. O número de motoristas cadastrados nas plataformas, que chegou a 8 mil em outubro do ano passado, caiu para algo em torno de 6 mil no mês de agosto, segundo dados da Associação dos Motoristas Autônomos do Rio Grande do Norte (Amapp).

De acordo com o presidente da associação, Evandro Henrique Roque, a principal causa das desistências é o preço dos combustíveis. Com o litro da gasolina comum comercializado a R$ 6 na Grande Natal e tarifas inalteradas há cinco anos, motoristas viram a rentabilidade com o trabalho despencar. Os que continuam operando cobram das plataformas ao menos um reajuste nas tarifas, para compensar o custo com o combustível.

“Desde 2016, ano em que foi iniciada a atividade de transporte por aplicativo, nenhum reajuste foi feito nas tarifas que são pagas aos motoristas. Em contrapartida, o combustível aumentou de forma significativa, ultrapassando 50% em alguns casos”, destaca Evandro. “Isso faz com que a atividade acabe sendo inviabilizada. Muitos motoristas não conseguem equilibrar seu fluxo financeiro em função desse desequilíbrio que existe entre receita e despesa”, complementa.

Segundo o presidente da Amapp, com o combustível aumentando e as tarifas no mesmo valor, motoristas estão abandonando a atividade. Ex-motoristas de aplicativo agora estão “em busca de trabalho que promova uma renda mais adequada”.

“Temos 25% dos motoristas que rodavam de forma sistemática que abandonaram a profissão. Dos 8 mil motoristas que tínhamos nas ruas, esse número reduziu para 6 mil. São mais de 12 mil motoristas cadastrados, mas, em atividade, esse número hoje não passa de 6 mil. Em outubro, esse número era de 8 mil motoristas”, diz Evandro, frisando que muitos motoristas estão cadastrados, mas não rodam mais pelos aplicativos.

O presidente da associação cobra que as plataformas atualizem suas políticas de remuneração, para que a atividade continue valendo a pena. Ele relata que, em outras capitais, plataformas promoveram reajustes recentes nas tarifas, mas que em Natal o valor segue o mesmo há cinco anos. Em Salvador (BA), recentemente o aumento foi de 10%.

“É um reajuste tímido, não é suficiente. Mas já é um começo. Esse reajuste vem trazer uma certa esperança de que as políticas de remuneração sejam alteradas e voltem a fazer com que ser motorista volte a ter rentabilidade que tínhamos antes”, finalizou.


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