O ministro Luis Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta terça-feira (7) que a plataforma do empresário Jason Miller, ex-assessor do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, suspenda pagamentos feitos a contas e canais bolsonaristas.
A plataforma de Miller chama-se GETTR e é semelhante ao twitter. O ex-assessor de Trump prestou depoimento à PF nesta terça-feira (7), dentro do inquérito que apura a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia, e foi liberado.
Miller estava no Brasil para participar da Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac) e se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro. Ele foi abordado por policiais no Aeroporto Internacional de Brasília.
A decisão do de Salomão, obtida pela TV Globo, atende a um pedido da Polícia Federal dentro da investigação do TSE que apura os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral.
A plataforma GETTR passou a ser utilizada pelos bolsonaristas após a decisão do corregedor que suspendeu os repasses de dinheiro das redes sociais para canais de internet investigados por fake news sobre eleições.
Na prática, a decisão do ministro estende a GETTR a determinação de bloqueio de repasses de investigados em outras plataformas.
O bloqueio atinge 24 perfis. O ministro determinou que a plataforma suspenda a realização de lives e que, em 20 dias, informe detalhadamente os ganhos que os perfis tiveram.
Plano de expansão
A delegada Denisse Ribeiro afirmou ao TSE que há um plano de expansão da plataforma no Brasil.
Em agosto, a Polícia Federal afirmou ao tribunal que canais bolsonaristas nas redes sociais atuam com o objetivo de “diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira” e usam como estratégia ataques aos veículos tradicionais de informação (jornais, rádio, TV etc). Esse método também foi aplicado na campanha contra as urnas eletrônicas.
Segundo a PF, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro replicam uma estratégia de comunicação utilizada nas eleições de 2016 nos EUA, atribuída a Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, e também na eleição presidencial vencida por Bolsonaro em 2018.
Essa engenharia, diz a PF, consiste no uso de múltiplos canais da rede mundial de computadores — especialmente as redes sociais — e na contestação de ideias antagônicas por meio da desqualificação do adversário.
Fonte: G1