O deputado federal General Girão (PSL-RN) pediu nesta quarta-feira (8), em entrevista à rádio 98 FM Natal, que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja contido a fim de evitar que haja uma ruptura institucional no País.
Sem explicar como se daria essa ruptura, o parlamentar pediu um freio a Moraes e declarou que o ministro ultrapassou o “limite da tolerância”. Moraes é relator de dois inquéritos no STF que envolvem o presidente Jair Bolsonaro e aliados: o das fake news e o de atos antidemocráticos.
“Tudo que a gente não quer, e não queria, é que haja uma ruptura. Estamos lutando para evitar que haja ruptura. Só que, seguidamente, atos cometidos principalmente por Moraes estão fora das quatro linhas da Constituição”, declarou General Girão, em entrevista ao programa 12 em Ponto 98.
Segundo Girão, os atos de 7 de setembro representam “mais um passo no xadrez político” para conter os ímpetos de Alexandre de Moraes. Pedindo apoio dos demais poderes para solucionar a crise, o deputado enfatizou que, ao estimular protestos, Bolsonaro quer evitar uma ruptura no País. “Precisamos que outros atores possam entrar no circuito”, disse Girão.
“Não suportamos mais. Essas atitudes que vêm do STF estão muito arbitrárias, sem ouvir pelo menos a Procuradoria-Geral da República. O ministro está abusando demais e é preciso que haja um ‘chega para lá’. O mercado brasileiro, o mercado internacional, querem a paz”, destacou Girão, ignorando que muitas determinações do ministro do STF ou foram solicitadas pela PGR ou tiveram a concordância do órgão.
‘Moraes está se achando Deus’
Perguntado sobre o limite da atuação do presidente para conter Moraes, o deputado federal disse que quem ultrapassou o limite constitucional inicialmente foi o ministro do STF.
“Os passos anteriores que foram dados já caracterizam que o limite foi ultrapassado. O presidente foi muito claro: o limite da tolerância foi ultrapassado. É preciso que haja entrada de outros poderes para que eles possam entender o jogo e dizer: ‘Está bom, concordamos que o senhor (Bolsonaro) está certo nesse aspecto de que o limite foi ultrapassado. Vamos conter quem ultrapassou os limite’”, enfatizou General Girão.
Ele complementou: “Chega de ficar calado. Todos estamos sujeitos a obediência às leis. E parece que o ministro está se achando o Supremo, se achando acima de Deus. O ministro já ultrapassou o limite com decisões fora das quatro linhas. Só falta mandar executar. Ele está prendendo as pessoas, privando a liberdade. O Brasil está com presos políticos. Se essas prisões políticas fossem determinadas pela ação do presidente Bolsonaro, seriam consideradas absurdas. Já estariam nas cortes internacionais, na ONU e tudo o mais. Estão na mão de um ministro do STF”.
“O Supremo tem que entender isso e mandar parar com isso. Se for o caso, o seu afastamento. Não tem condições de continuarmos desse jeito”, finalizou.
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