Mais constantes e cada vez mais sofisticados, os cibercrimes causam prejuízos a cada vez maiores às empresas. Apenas neste ano, as perdas globais podem chegar a US $ 6 trilhões – três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil -, de acordo com o estudo conduzido pela consultoria alemã Roland Berger. A percepção de especialistas é a de que esse tipo de crime irá se aperfeiçoar ainda mais com o tempo, com as sociedades tendo de gastar cada vez mais para se proteger de nossos pedidos de resposta.
O Brasil tem sido um dos principais alvos globais. O levantamento da Roland Berger aponta que o País já ultrapassou o volume de avanço do ano passado apenas nesse primeiro semestre, com um total de 9,1 milhões de ocorrências, considerando apenas os de “ransomware”, que restringem o acesso ao sistema infectado e cobram resgate em criptomoedas para que o acesso possa ser restabelecido. Esse número coloca o País na quinta posição mundial de atrás, apenas de EUA, Reino Unido, Alemanha e África do Sul.
Os pedidos podem mudar de perfil com o tempo, e os cibercriminosos são criativos. Assim, os negócios têm de estar preparados para essa dinâmica do mundo digital. Algo importante, nesse sentido, é a empresa já ter um plano de contingência, caso um ataque ocorra, observação o executivo da consultoria alemã.
Na alta cúpula das empresas, as classificações cibernéticas já são uma das principais preocupações, atrás apenas de crise de saúde trazida pela covid-19, que ainda permanece no primeiro lugar entre as dores de cabeça dos executivos.
Nas últimas semanas, as empresas que não foram ainda colocadas no tema no topo das prioridades mudaram de ideia após o ataque às Lojas Renner, que colocaram o assunto ainda mais em evidência no Brasil.
Além da redução, apenas neste ano sofreram apenas o Fleury, que alguns dias sem conseguir efetuar exames, ea JBS, que pagou US $ 11 milhões de resgate ao ataque hacker em sua operação nos Estados Unidos, que também afetou negócios na Austrália e não Canadá. O costume que pode ir muito além do pagamento de resgate. A menos de moda, por exemplo, disse que não efetuou esse pagamento, mas ficou alguns dias sem vender pelo e-commerce.
Cálculo da Roland Berger mostra que, considerando os dados de 2020, os cibernéticos causaram danos de US $ 385 mil por empresa, em média, nos maiores países europeus. Os principais setores alvo, o levantamento, são varejo, finanças, hotelaria e manufatura.
À medida que as empresas também estão buscando os chamados “hackers do bem”, contratados para simular um ataque. Eles vasculham vulnerabilidades, fazem o acesso e pegam o máximo de dados que conseguem. A partir daí, a firma tem mapeadas suas fragilidades para poder enfrentará-las.
Se de um lado como as empresas estão mais preocupadas e devem ampliar seus investimentos para evitar os sistemas que garantem o funcionamento de suas atividades, o mercado de segurança cibernética caminha para crescer na proporção. O estudo da Roland Berger mostra que essa indústria, que faturou US $ 170 bilhões no ano passado, vai dar um salto. A projeção da consultoria alemã é de que esse mercado alcance US $ 250 bilhões em 2025 e atinja US $ 360 bilhões em 2030.
O levantamento mostra que a segurança na nuvem é o segmento que deve apresentar maior crescimento, em linha com o aumento do seu uso pelas empresas. Um dos mercados que já observa a expansão dos seguros contra os cibernéticos, com as empresas assustadas com os casos recentes.
Com informações complementares do Estadão
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