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Delegada-geral vê “elementos de tortura” em agressão de comerciante a quilombola no interior do RN

Quilombola foi amarrado e agredido em Portalegre – Foto: Reprodução

A delegada-geral de Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Ana Cláudia Saraiva, afirmou nesta terça-feira (14) que há “elementos de tortura” na agressão que um comerciante praticou contra um quilombola no último sábado (11) em Portalegre, no interior do Estado. As imagens vieram à tona nesta segunda-feira (13), quando o caso ganhou repercussão.

Em pronunciamento oficial sobre o episódio, a delegada-geral informou que a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da agressão e que o assunto será levado à Justiça “o mais rápido possível”, para que sejam adotadas “todas as providências de acordo com as penas previstas em lei”.

Ana Cláudia Saraiva explicou que a versão que chegou à Polícia Civil é que, antes de chamar a polícia, o comerciante imobilizou o quilombola após ter seu estabelecimento depredado. A polícia só soube das agressões após vídeos ganharem as redes sociais.

“As imagens que circulam nas redes sociais são chocantes, considerando que a pessoa que fez a detenção do suspeito utilizou de força bruta. Ele chegou a deter o suposto autor do crime e, a partir dali, cometeu agressão contra o mesmo. O crime cometido será rigorosamente apurado pela Polícia Civil. A princípio, se veem ali elementos de tortura”, pontuou a delegada.

A delegada-geral de Polícia Civil declarou, ainda, que a investigação caberá à Delegacia Municipal de Portalegre. Ela informou também que será apurado se houve, por parte do comerciante, o agravante da motivação por questões raciais.

“A Polícia Civil irá investigar com todo o rigor se, naquela circunstância, naquela situação, materializou o crime de tortura em concurso material racismo e preconceito. Estamos acompanhando as investigações e iremos adotar todas as providências de acordo com as penas previstas em lei e encaminhar o fato ao Judiciário o mais rápido possível”, finalizou.

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