O Twitter anunciou nesta quinta-feira, 23, algumas novidades para a plataforma, incluindo a possibilidade de bloquear contas automaticamente e um teste para avisar os usuários quando eles estão, potencialmente, prestes a iniciar uma discussão com engajamento na rede social — na maioria das vezes, negativo. A empresa também confirmou produtos de monetização de conteúdos e lançou globalmente a sua ferramenta de “gorjetas”.
A principal estratégia do Twitter neste ano tem sido colocar o usuário como “dono” de seus próprios recursos na rede social. Nesse sentido, a plataforma vem promovendo meios de fazer com que cada conta tenha controle sobre quem acessa e responde seus conteúdos, além de entender como alcança seus seguidores e ganha dinheiro com as publicações.
Um desses pilares também é a segurança, à medida que o Twitter tenta amenizar os discursos de ódio e ataques que acontecem na plataforma. A possibilidade de bloqueio automático de usuários atua nesse segmento.
Como um algoritmo de reconhecimento, o chamado Safety Mode vai identificar comportamentos de contas semelhantes a perfis já bloqueados pelo usuário. Se em um comentário houver o mesmo tipo de ofensa, ataque ou discurso de ódio, o Twitter vai, automaticamente, adicionar a conta entre os bloqueados.
A efetividade ou mesmo o funcionamento prático dessa ferramenta — se opera por algoritmos, inteligência artificial ou outro tipo de moderação — ainda não foram divulgadas. O Estadão questionou a empresa sobre esse aspecto, mas ainda não obteve resposta.
Já anunciado pelo Twitter, o Softblock deve ser disponibilizado nas próximas semanas junto com o Safety Mode. A função é uma forma de remover seguidores sem que eles saibam.
Outra função será a possibilidade de “se retirar” de uma conversa em que você foi marcado e parar de receber notificações sobre aquela discussão. O recurso também terá um botão próprio entre as opções do tuíte quando o usuário for mencionado em uma conversa que, por qualquer motivo, não queria fazer parte.
Além disso, outros testes de segurança comunicacional estão sendo feitos pela empresa, afirmou a chefe de segurança de comunicação em produtos Christine Su. Segundo ela, um recurso chamado Heads UP está sendo desenvolvido para avisar os usuários quando um tuíte pode gerar uma discussão polêmica ou acalorada na plataforma. Um aviso seria exibido antes da publicação da mensagem, notificando o tema do debate e informando se ele costuma ser alvo de discursos inflamados no Twitter. A ferramenta ainda não tem data para ser implementada.
Comunidades
O Twitter também deu mais detalhes sobre a aba Comunidade, desenvolvida para a plataforma recentemente. Assim como um grupo no Facebook (ou as antigas comunidades no Orkut), a seção poderá se agrupar por temas, de acordo com um interesse em comum. Os tuítes poderão ser encaminhados diretamente para as comunidades que o usuário participa, com a opção de fazer essa escolha na mesma tela de criação de uma publicação.
O Twitter ainda informou que, apesar de o recurso ser uma forma de reunir interesses e discussões relacionadas a um assunto, os tuítes direcionados para as comunidades serão públicos e podem ser retuítados para fora do grupo. A diferença está no alcance: quando produzido para uma comunidade, o conteúdo não será difundido para a linha do tempo da mesma forma que os tuítes comuns — a mensagem será vista potencialmente por menos pessoas fora da comunidade do que uma publicação tradicional.
Monetização
Na comparação com outras plataformas como Instagram e YouTube, o Twitter não avançou nos últimos anos em oferecer formas de fazer seus criadores ganharem dinheiro com a plataforma. A publicidade, bem difundidas nas outras redes, não pareceu um caminho de tanto sucesso no ninho do passarinho. A empresa, então, decidiu apostar em quem faz a plataforma ser relevante: os usuários.
A partir desta quinta-feira, o recurso Gorjeta (Tips, em inglês) estará disponível em todo o mundo, depois de passar por testes em algumas contas. O botão, que fica no perfil, é uma forma de contribuir financeiramente com uma conta na plataforma, seja ela famosa ou não.
A “caixinha” é paga por meio de um link, com o valor escolhido pelo seguidor, que é repassado pelo Twitter ao criador de conteúdo. A contribuição também pode ser feita em moeda corrente ou criptomoeda, em uma parceria com a Bitcoin. Segundo Esther Crawford, chefe de produtos da empresa, essa é uma forma de abranger usuários sem depender, necessariamente, de diferentes sistemas bancários entre países — apostando em contas com sucesso internacional.
O Espaços, ferramenta de áudio da plataforma, também vai ganhar renda. A partir das próximas semanas, usuários poderão cobrar ingressos para sessões de conversas no app. Será possível definir qual o preço a ser cobrado e a quantidade de ingressos vendidos para a sala. Além disso, nos próximos meses, as salas no Espaços poderão ser gravadas e ficarão salvas para serem ouvidas quando o usuário desejar.
O Twitter também vai disponibilizar em breve o Super Follow, recurso que funciona quase como um acesso ‘VIP’ ao perfil da sua conta favorita. A princípio, a função será lançada apenas para usuários de iOS nos Estados Unidos e Canadá, mas deve chegar a mais países até o final do ano.
Fonte: Estadão
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