A partir desta sexta-feira (1º), passam a valer os aumentos no preço da cerveja anunciados pela Ambev, que fabrica marcas como Skol, Brahma, Stella Artois e Bohemia. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a expectativa é que o reajuste acompanhe a inflação acumulada nos últimos 12 meses e fique até 10%.
Segundo o presidente-executivo da entidade, Paulo Solmucci, haverá diferença entre os estados. “Acreditamos que São Paulo deve seguir a inflação, mas nos outros estados, esse aumento ficará entre 6% e 8%. No Rio de Janeiro, por exemplo, nossa expectativa é que fique em torno de 7%”.
O setor de bares e restaurantes, um dos mais duramente atingidos pela pandemia da Covid-19, começa a mostrar sinais de recuperação, mas ainda tem parcela significativa operando no prejuízo: 37% em média, chegando a assustadores 50% em São Paulo.
Neste cenário, Solmucci diz que o reajuste anunciado pela cervejaria, embora compreensível em função da alta nos insumos e do dólar, não é desejável e nem bem recebido. “O setor está hiper pressionado por aumento de custos na luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível, que afeta o delivery, por exemplo. Não suporta novo aumento sem repassar para o consumidor. É o acreditamos que vai acontecer instantaneamente”, afirma.
Para o presidente da Abrasel, o reajuste proposto pela Ambev abre as portas para que as outras cervejarias façam o mesmo. “Há uma referência de preços no mercado ditada pela Ambev. Quando ela aumenta, as concorrentes acompanham a decisão”, finaliza.