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Procuradoria investiga se Michelle beneficiou empresários aliados do presidente

A primeira-dama Michelle Bolsonaro, e o presidente Jair Bolsonaro. Foto: Agência Brasil

A Procuradoria da República no Distrito Federal passou a investigar nesta sexta-feira, 1º, se a primeira-dama Michelle Bolsonaro beneficiou empresários ligados ao governo na obtenção de recursos públicos concedidos pela Caixa Econômica Federal a pequenas e médias empresas atingidas pela pandemia de covid-19. O caso foi divulgado pela revista Crusoé.

O procurador Anselmo Henrique Cordeiro decidiu agir de ofício, sem que houvesse denúncia formal encaminhada no Ministério Público Federal (MPF) para apurar as suspeitas de favorecimento indevido de amigos do clã Bolsonaro.

De acordo com a Crusoé, Michelle encaminhou ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, uma lista de empresários que deveriam ser beneficiados com repasses do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), uma ação emergencial do governo federal para evitar demissões e falências durante a pandemia.

A primeira-dama foi incluída como investigada no inquérito que apura se o presidente da Caixa atuou politicamente para fazer com que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) desistissem de publicar uma carta em defesa à democracia, no auge da crise política estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro com ataques ao Poder Judiciário.

A revista relata que assessores da primeira-dama foram orientados a analisar as demandas e encaminhar os pedidos dos empresários ao banco público. O gabinete de Michelle teria registrado as negociações por e-mail. Os benefícios aos amigos do planalto foram identificados em um processo de auditoria.

Com o apoio de Michelle, amigos da família Bolsonaro furaram a fila dos interessados em receber empréstimos da Caixa. O banco detectou a movimentação suspeita e abriu um procedimento interno para investigar o caso. A Caixa declarou que ‘a concessão de crédito em todas as suas linhas passa por rigoroso processo de governança, compliance e análise de riscos independente’.

Entre os beneficiários do esquema de Michelle, estão a dona de uma rede de confeitarias em Brasília, Maria Amélia Campos, que costuma entregar seus doces no Palácio do Planalto, e um florista que atende a primeira-dama.

Fonte: Estadão

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