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Nobel da Paz premia jornalistas das Filipinas e da Rússia por defesa da liberdade de expressão

(Foto: Niklas Elmehed/Prêmio Nobel)

O Comitê Norueguês do Nobel concedeu nesta sexta-feira (8) o Prêmio Nobel da Paz de 2021 aos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov.

A dupla foi premiada por “seus esforços para salvaguardar a liberdade de expressão, que é uma pré-condição para a democracia e a paz duradoura”.

Ressa, a primeira mulher neste ano a receber um Nobel, é CEO da Rappler, uma agência de notícias que critica o regime do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. Já Muratov dirige o jornal russo independente Novaya Gazeta.

“O jornalismo livre, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra”, disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, ao anunciar o prêmio em Oslo nesta sexta.

Ela disse que a escolha do comitê “tem como objetivo sublinhar a importância de proteger e defender esses direitos fundamentais”.

Ressa atuou como a principal repórter investigativa da CNN no Sudeste da Ásia durante quase duas décadas.

Ela tem se envolvido em batalhas jurídicas nos últimos anos por causa dos reportagens críticos de sua agência de notícias sobre Duterte. A jornalista nasceu em Manila, nas Filipinas, e tem 57 anos. O russo Muratov, de 60 anos, nasceu em Kuybyshev – atualmente, a cidade de Samara.

“Em uma democracia, precisamos alertar todas as pessoas”, disse Ressa à CNN em 2019 sobre sua luta pela liberdade de expressão. “Essas liberdades estão sendo corroídas diante de nossos olhos. Se você não tem fatos, não pode ter a verdade.”

Esta é a 102ª vez que o prêmio é concedido. Os vencedores anteriores incluem Nelson Mandela, Martin Luther King Jr., o dissidente polonês Lech Walesa, o último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, e quatro presidentes dos Estados Unidos. No ano passado, o Programa Mundial de Alimentos da ONU reivindicou o prêmio.

Neste ano, o comitê norueguês recebeu 329 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz – 234 pessoas e 95 organizações. É o terceiro maior número de candidatos da história do Nobel. O recorde de 376 candidatos foi alcançado em 2016.

Os nomes dos indicados ao Nobel da Paz não podem ser divulgados antes de decorridos 50 anos das indicações.

Organizações de liberdade de imprensa repercutem Nobel da Paz a jornalistas

Organizações internacionais de liberdade de imprensa repercutiram o Nobel da Paz dividido entre os dois jornalistas. Ressa e Muratov receberam felicitações das principais organizações de imprensa no mundo.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirmou que “o jornalismo está sob ameaça” e o Nobel da Paz deste ano “lança luz sobre a emergência para defender aqueles que trabalham para nos fornecer informações independentes e confiáveis”.

A organização anticorrupção Transparency International disse que o prêmio desta sexta reconhece “o papel crucial dos jornalistas investigativos na melhoria de nossas sociedades”.

O Comitê para a Proteção de Jornalistas e a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) também parabenizaram os profissionais e destacaram o simbolismo do mais importante prêmio pela paz. “Parabenizamos vocês dois pelo trabalho incansável para defender a liberdade de imprensa”, disse a IFJ.

Com informações da CNN

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