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Governo espera avanço da vacinação e impacto de variantes para liberar máscaras

Desde junho deste ano, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pressiona o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que seja publicada portaria desobrigando o uso de máscaras. Em entrevistas, Queiroga diz que a medida virá “em breve”, mas evita cravar uma data.

Questionada pelo Metrópoles se este é o momento ideal para liberar o uso das máscaras, uma fonte do alto escalão do Ministério da Saúde afirma que “ainda não”. Apesar de o país ter atingido 60% da população adulta completamente vacinada, a fonte ouvida pela reportagem diz que a pasta ainda está “em alerta, pois algumas variantes podem burlar a vacina”. O estudo sobre os impactos da liberação de uso do item de proteção facial é conduzido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE), do próprio ministério.

“Não fechamos nada ainda [sobre a desobrigação do uso de máscara]. Reiniciamos as discussões, mas tivemos que parar, pois houve aquele aumento de casos há dois meses e pensávamos que poderia ser devido à Delta [os EUA voltaram a recomendar uso do item de proteção], o que poderia levar novamente a uma sobrecarga de nossa rede assistencial”, afirma a fonte ouvida pela reportagem.

Em conversas com interlocutores, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, projeta que, se os números da Covid-19 no país continuarem caindo, a pasta poderá orientar que o uso de máscaras ao ar livre seja abolido a partir de novembro deste ano.

Para tomar a decisão, o Ministério da Saúde avalia o status de alguns indicadores: população vacinada, casos e estrutura hospitalar. “Mas, principalmente, a nossa cultura, que, felizmente ou infelizmente, não conseguimos ter muito distanciamento. Talvez os nossos parâmetros sejam maiores do que outros países, mas acredito que, paulatinamente, iremos liberar em alguns ambientes.”

Mesmo com a recomendação de que se deve usar máscaras, o ministro da Saúde já declarou diversas vezes ser “absolutamente contrário” ao uso obrigatório do item.

“Eu acho essa história de lei para obrigar qualquer coisa um absurdo. Primeiro, porque não funciona. O que temos que fazer é as pessoas aderirem às recomendações sanitárias. O cuidado é individual, o benefício é de todos. Ficam criando essas cortinas de fumaça para dividir a sociedade brasileira, quando nós precisamos é de união”, disse Queiroga na semana passada.

Já há casos de cidades que decidiram desobrigar a utilização da proteção, como Duque de Caxias (RJ). A medida, entretanto, foi suspensa pela Justiça. A cidade pretende recorrer da decisão.

O decreto do município fluminense liberava as pessoas de usar a proteção, mas reforçava que infectados pelo coronavírus ou com suspeita de estarem com a doença deveriam utilizar o equipamento durante o período de transmissão.

Com informações Metrópoles.

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