“Não há necessidade de medidas restritivas além das que existem hoje no Rio Grande do Norte, como o uso de máscara”, afirmou o professor Ricardo Valentim, diretor do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A declaração foi dada sobre a piora da situação da pandemia em 31 cidades potiguares, apontada em relatório da Secretaria Estadual de Saúde nesta terça-feira (19). Em entrevista ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi, o pesquisador também rejeitou a necessidade de suspensão de aulas.
De acordo com ele, o aumento pontual de casos é natural, por causa da flexibilização das medidas restritivas e retomada dos eventos e atividades como o turismo. Apesar disso, considerou que a situação é muito mais tranquila que no início de 2021, quando ainda não havia vacinação da população.
“Esses municípios não estão repercutindo, nesse momento, no aumento de internações e óbitos no estado”, pontuou.
É o caso de Senador Elói de Souza, que decretou isolamento social e suspensão de eventos após registrar dois casos da variante delta.
Atualmente, o estado tem menos de 200 leitos de UTI voltados para pacientes com covid-19, enquanto em maio havia mais de 430 e fila de espera. A taxa de ocupação estava em 36% na manhã desta quarta-feira (20).
O professor que coordena as equipes que criaram e administram sistemas como o RN + Vacina e o Regula RN, usados no estado para gerir dados da vacinação e da internação de pacientes com covid-19, ressaltou que o RN registra atualmente cerca de 3,5 casos por 100 mil habitantes, enquanto o país de Portugal, que já vacinou um percentual maior da população, registra taxa acima de 6.
Vacinação
Por outro lado, o professor considerou que a preocupação das autoridades deve ser a vacinação da população, especialmente a que ainda não voltou para tomar a segunda dose e os idosos que não tomaram dose de reforço.
O estado tem 190 mil pessoas que não voltaram dentro do prazo para tomar a segunda dose do imunizante.
“A gente tem que se preocupar com esse público que não foi tomar a segunda dose. A maior letalidade está entre idosos que não se vacinaram ou não completaram o esquema vacinal. Mais de 70% das pessoas internadas são esses idosos, principalmente os que estão acima dos 80 anos”, pontuou.
Para ele, qualquer medida imposta no momento, deve ter foco no incentivo à vacinação, como o caso do passaporte da vacina.
“Logo breve, quando a gente alcançar 70%, 80% da população adulta com as duas doses, o estado terá que rever essa questão da obrigatoriedade da máscara, de forma responsável, primeiro em ambientes abertos. E quem quiser, não se sentir à vontade, vai poder continuar usando máscara”, considerou.
Fonte: g1