Adriano Galdino, treinador do Sub-20 do América participou do Tocando a Bola da terça-feira (26) e falou das condições de trabalho das bases do clube rubro.
Situação difícil
” Vivemos em situação muito difícil. Tenho sete anos de clube, eu assumi como treinador em 2019 no Sub-17 e fomos campeões em cima do ABC mas a situação é muito difícil, temos que trabalhar e torcer para termos uma renovação principalmente estrutural. A base de qualquer clube é a mina de ouro onde gera receita. Temos valores que podem despontar no futebol nacional e trazer receita para o clube”
Caixa de Pandora
” Vou abrir a caixa de Pandora, é uma situação complicada expor. Nos sete anos que estou clube passaram vários diretores que não deram a devida atenção às categorias de base como ela deveria ter. Hoje no staff se limita a três pessoas, eu como treinador, professor Severo Dias que é uma espécie de coordenador geral e Antônio roupeiro. Eu era preparador físico e assumi em 2019 como treinador e acabei acumulando as duas funções. Eu como treinador tenho que montar meu trabalho dentro da preparação física também. Me capacitei como treinador, cursei a licença B da CBF não cai de paraquedas como treinador. Sei das dificuldades, não estou reclamando mas está muito longe, muito longe do ideal “
Acumulando funções
” O professor Severo Dias e eu fazemos o papel de coordenador e a gente procura dar o máximo. Precisamos de um psicólogo, 70% da garotada das categorias de base não tem um pai ou tem os pais separados e a gente como treinador a gente acaba sendo essa voz que vai orientar o garoto e tratar os problemas sociais dele. Vai além de formar o jogador, tem que formar o cidadão e temos que dar toda a assistência e é isso que eu deixo para a nova diretoria.
Revelações
“Tem um garoto de 16 anos, o Guilherme. Quando ele jogou meu telefone não parou de tocar, empresários da região estão atrás desse jogador, já passei da diretoria para que não venham depois perder esse garoto e queiram descontar no clube dizendo que o América não revela. Tenho uma lista de jogadores que despontaram na base”
Quem revela é o profissional
” A categoria de base é formação, quem revela é o profissional. Quem passou pela categoria de base, o Renato que está no Avaí, o Denilson centroavante do Manaus que foi da base, subiu para o profissional e depois foi dispensado, o Vanvan lateral-esquerdo que agora se chama Mayke e está no Bahia. O Iago, um garoto que a gente levou para a Copa São Paulo. Iago deu “dois chutes” na Copa São Paulo e já foi vendido para o Palmeiras e hoje foi negociado com o Atlético Mineiro. Marcelinho que é titular do Campinense foi da categoria de base da gente. Welllington que está no CRB saiu das nossas bases, então nosso trabalho é formar. Quem vai revelar é o profissional”
” A categoria Sub-15 para mim é a mais importante, você está pegando aquele “produto” e lapidando como jogador e como pessoa, no Sub-17 já está em um processo de formação e no Sub-20 já está praticamente integrado ao profissional. Se você não trabalhar bem o Sub-15 como é que você vai ter peças chegando ao profissional”
Adriano Galdino depois do programa em contato comigo, complementou
” Fui da maior sinceridade possível falei como uma crítica que possa ser voltado para a melhoria do nosso trabalho. O torcedor só mete pau e sobra para a gente que é profissional. Eu como profissional que me preparei acho injusto levar a culpa sozinho” .
A informação que apurei é que Iago foi emprestado pelo América ao Palmeiras, que negociou o jogador com o Atlético Mineiro. Nesta negociação de Iago quanto entrou para o América? O clube sequer noticiou sobre a negociação e não fosse a entrevista de Adriano Galdino ao repórter Marco Lira da 98, o assunto seguiria em absoluto sigilo.