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Grupo de 20 parlamentares de todo o país aciona MP contra Maurício Souza por comentários homofóbicos

Mauricio Souza foi demitido pelo Minas Tênis após comentários homofóbicos — Foto: Orlando Bento/Minas

Vinte parlamentares representantes das causas LGBTQUIA+ de todo o país protocolaram uma representação no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o jogador de vôlei Maurício Souza por causa dos comentários homofóbicos do atleta nas redes sociais.

O grupo, que inclui vereadores, deputados e um senador de 13 estados brasileiros e sete partidos políticos (veja lista abaixo), também notificou oficialmente o Instagram, solicitando a remoção dos conteúdos preconceituosos da rede. Os parlamentares ainda pedem uma audiência para discutir o caso e as políticas de combate ao discurso de ódio adotadas pela empresa.

Na representação ao MPMG, o grupo diz que “Maurício Souza tem usado suas redes sociais há muito tempo para disseminar comentários ofensivos à comunidade LGBTQIA+, direta ou indiretamente”.

Os parlamentares lembram que, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a homofobia e a transfobia e determinou que atos preconceituosos fossem enquadrados no crime de racismo.

Eles pedem, no documento, que Maurício seja alvo de uma ação penal pública pela prática e incitação do preconceito e discriminação. Além disso, solicitam que o jogador pague indenização por dano moral coletivo em valor igual ou superior a R$ 50 mil.

“Desde 2019, a homofobia é considerada crime, no entanto, a gente tem poucos casos que, de fato, geraram responsabilização no Brasil. As palavras abrem espaço para formas de violência mais profundas, não é à toa que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBT. Espero que o Ministério Público apure e denuncie o atleta por essa conduta visivelmente LGBTfóbica”, disse a vereadora de Belo Horizonte, Bella Gonçalves (PSOL).
Já no ofício enviado à empresa controladora do Instagram, os parlamentares destacam postagens de Maurício na rede e pedem a retirada “por ferir os limites da liberdade de expressão e caracterizar puro e simples discurso de ódio incitador do preconceito e da discriminação contra a população LGBTQIA+”.

“É importante banir esse tipo de conteúdo e esse tipo de gente que tem um comportamento reiterado de usar as redes sociais para espalhar discursos de ódio ou desinformação”, afirmou Bella.
O g1 entrou em contato com o MPMG e aguarda retorno. O Instagram disse, às 14h, que não foi notificado.

Veja a lista dos parlamentares que assinam os documentos:

  • Erika Hilton (SP) – vereadora – PSOL
  • Fabiano Contarato (ES) – senador – REDE
  • Leci Brandão (SP) – deputada estadual – PCdoB
  • David Miranda (RJ) – deputado federal – PSOL
  • Mônica Benício (RJ) – vereadora – PSOL
  • Linda Brasil (SE) – vereadora – PSOL
  • Robeyonce Lima (PE) – codeputada estadual – PSOL
  • Duda Salabert (MG) – vereadora – PDT
  • Vivi Reis (PA) – deputada federal – PSOL
  • Bella Gonçalves (MG) – vereadora – PSOL
  • Fábio Félix (DF) – deputado distrital – PSOL
  • Thabatta Pimenta (RN) – vereadora – PROS
  • Benny Briolly (RJ) – vereadora – PSOL
  • Prof. Israel (DF) – deputado federal – PV
  • Carla Ayres (SC) – vereadora – PT
  • Daiana Santos (RS) – vereadora – PCdoB
  • Brisa Bracchi (RN) – vereadora – PT
  • Tati Ribeiro (RN) – vereadora suplente – PSOL
  • Ari Areia (CE) – deputado estadual suplente – PSOL
  • Maria Marighella (BA) – vereadora – PT

Fonte: G1

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